Um morador de Viçosa, em Minas Gerais, está sendo investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais após tomar quatro doses de vacinas de fabricantes diferentes. José Lúcio dos Santos, de 61 anos, recebeu duas doses da CoronaVac, no intervalo de 28 dias, em Minas Gerais.
No dia 17 de junho, o homem viajou para o Rio de Janeiro, onde tomou uma dose da AstraZeneca. No retorno a Viçosa, apenas oito dias depois da dose da vacina da Fiocruz/AstraZeneca, mentiu a idade para os profissionais da saúde do município e conseguiu tomar mais uma da Pfizer. O MPMG, agora, está analisando o caso para saber como proceder e quais serão as punições cabíveis ao idoso.
Para cientistas e pesquisadores que souberam do caso, a atitude do idoso em tomar quatro doses de vacina foi perigosa e pode, além de causar-lhe problemas no âmbito jurídico e penal, fazê-lo ter efeitos colaterais nunca registrados, já que não é comum (nem permitido) misturar vacinas de fabricantes diferentes, uma vez que possuem tecnologias distintas.
“É difícil dizer a miscelânia que pode acontecer no corpo dele. Como ainda não se detectou se essas vacinas podem apresentar efeitos colaterais graves frequentes após um período da imunização, os efeitos relatados são nos dias logo após vacinação. Eu acho que para a saúde dele não consigo enxergar um problema mais grave”, disse o virologista Flavio Guimarães Fonseca, professor da UFMG.
A infectologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Raquel Stuchi, também segue na mesma linha. “Em vez de ter uma proteção maior, ele pode estar procurando reações que conheceremos agora, que podem levar uma resposta do organismo, em relação à imunidade, exacerbada, fora de controle, e reações que podem ser graves por tantos estímulos repetidos. Podem trazer reações graves, não só as tromboses, mas alguma célula do organismo dele estimulada pode afetar o próprio organismo”, afirma.
Foto: Reprodução/Jornal da Record
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