O ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), negaram suposta ameaça às eleições de 2022 caso a PEC do voto impresso não seja aprovada pelos parlamentares. A negativa ao suposto episódio ocorreu nesta quinta-feira (22). A informação de que eles teriam discutido surgiu em uma matéria do jornal O Estado de São Paulo.
Na matéria publicada pelo jornal, há o relato de que interlocutores de Braga Netto teriam dito ao presidente da Câmara que só ocorreriam eleições em 2022 caso tivesse o “voto impresso”, ameaça que, segundo o jornal, teria o apoio dos comandantes das Forças Armadas. Não houve a citação de quem teria sido o interlocutor que repassou as ameaças. A proposta do voto impresso está em análise na Câmara dos Deputados.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, falou sobre o tema nas suas redes sociais: “Conversei com o Ministro da Defesa e com o Presidente da Câmara e ambos desmentiram, enfaticamente, qualquer episódio de ameaça às eleições. Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia”, disse Barroso no Twitter.
Arthur Lira, também através das redes sociais, negou qualquer ameaça. “A despeito do que sai ou não na imprensa, o fato é: o brasileiro quer vacina, quer trabalho e vai julgar seus representantes em outubro do ano que vem através do voto popular, secreto e soberano. As últimas decisões do governo foram pelo reconhecimento da política e da articulação como único meio de fazer o País avançar”, disse o deputado.
O ministro da defesa, Braga Netto, foi ainda mais enfático, e publicou uma nota, na qual afirma que estão “tentando criar uma narrativa de ameaças”.
Confira a nota na íntegra:
Em relação à matéria publicada em veículo de imprensa, no dia de hoje, que atribui a mim mensagens tentando criar uma narrativa sobre ameaças feitas por interlocutores a Presidente de outro Poder, o Ministro da Defesa informa que não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores.
Trata-se de mais uma desinformação que gera instabilidade entre os Poderes da República, em um momento que exige a união nacional.
O Ministério da Defesa reitera que as Forças Armadas atuam e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições nacionais, regulares e permanentes, comprometidas com a sociedade, com a estabilidade institucional do País e com a manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro.
Acredito que todo cidadão deseja a maior transparência e legitimidade no processo de escolha de seus representantes no Executivo e no Legislativo em todas as instâncias.
A discussão sobre o voto eletrônico auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo Governo Federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema.
Walter Souza Braga Netto
Ministro de Estado da Defesa
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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