Perícia Forense do Estado do Ceará aponta que cocaína no Ceará é tão adulterada que passa por até três testes para ser identificada.
De acordo com os laudos da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), a cocaína traficada no estado é tão adulterada que os resultados dos testes, não raro, chegam a não reconhecer o princípio ativo da droga. Ainda segundo a Pefoce, os exames toxicológicos realizados, em amostras de drogas brutas, nos laboratórios da Perícia Forense ocorrem em diversas etapas.
Caso não seja possível detectar a presença do princípio ativo, no teste colorimétrico ou no teste de cromatografia em camada delgada, devido misturas adulterantes, essa mesma amostra passa pelo procedimento de cromatografia gasosa. O exame é mais detalhado e confirmatório, pois o equipamento é de alta tecnologia e consegue separar e identificar as substâncias contidas nas amostras periciadas, incluindo os adulterantes.
Por mês, o setor de toxicologia forense do laboratório produz uma média de 1.500 laudos de drogas brutas e 500 de amostras biológicas. Nessas análises, os peritos constatam a adulteração desses entorpecentes. Apesar do surgimento das drogas sintéticas, o maior número de laudos efetuados ainda são de maconha e cocaína.
Por meio dessas análises, a perícia encontra na cocaína que chega ao Ceará o bicarbonato de sódio, lidocaína, cafeína, amido, acetaminofeno e até lactose. No caso da cafeína, por exemplo, os traficantes tentam simular o efeito causado pela droga.
A adulteração das substâncias é feita em laboratórios clandestinos, que introduzem substâncias sem que ocorram testes, o efeito dessa prática, que é feita sem base alguma de estudos científicos, é uma mistura que pode causar a morte, conforme os peritos. As substâncias adicionadas adulteram a droga de uma forma que há testes que sequer a substância da cocaína é encontrada.
Foto: Reprodução/Pefoce
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