Setor da construção empregou 2 milhões de pessoas em 2020, aponta IBGE

Setor da construção empregou 2 milhões de pessoas em 2020, aponta IBGE

Em sua trigésima edição, divulgada nesta quarta-feira (15.jun.2022) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) revela que, em 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, o setor da construção envolveu um total de 131,8 mil empresas ativas que empregaram 2 milhões de pessoas, às quais foram pagos R$ 58,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

Foram gerados R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras ou serviços da construção, naquele ano. A sondagem indica que os resultados do valor de incorporações, obras ou serviços da construção somaram R$ 147,3 bilhões para o segmento de Construção de edifícios; R$ 106,4 bilhões para Obras de infraestrutura; e R$ 71,4 bilhões para Serviços especializados para construção.

De acordo com os dados apurados pelo IBGE, houve mudança estrutural no setor da construção, nos últimos dez anos: o segmento de maior participação em valor de incorporações, obras ou serviços da construção no ano de 2011, que foi o de obras de infraestrutura, que caiu de 41,7% para 32,7% do total, em 2020.

Em contrapartida, o segmento de construção de edifícios teve a participação ampliada de 39,9% para 45,3%, no período. Da mesma forma, o segmento de serviços especializados para construção aumentou sua participação de 18,5% para 22,0%, de 2011 para 2020. Na década pesquisada, o setor formal da construção passou a se caracterizar por empresas de menor porte e pagando salários mais baixos.

No primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, o valor adicionado bruto da construção sofreu queda de 6,3% em relação ao ano anterior, segundo o Sistema de Contas Nacionais (SCN), do IBGE. Também em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) caiu, em volume, 0,9%, em decorrência dos impactos produzidos pela pandemia na economia como um todo.

Da mesma forma, a produção física industrial de insumos típicos da construção civil enfrentou retração de 0,2%, em 2020, sendo a queda mais acentuada nos primeiros meses daquele ano, revela o SCN.

Setor privado

A Paic mostra que, em 2020, o setor privado teve sua maior participação na década, respondendo por 70,2% do valor de obras ou serviços da construção, contra 61,5%, em 2011. Segundo o IBGE, o aumento foi influenciado, principalmente, pelo segmento de construção de edifícios e dos serviços especializados para construção, nos quais a participação do setor privado atingiu 82% e 79,4%, respectivamente, em 2020, contra 75,6% e 78%, em 2011.

Já no segmento de obras de infraestrutura, que tem no setor público seu principal contratante historicamente, o valor de obras ou serviços da construção foi dividido com a esfera privada. Com isso, a participação do setor público sofreu retração de 7,9 pontos percentuais em dez anos, caindo de 57,9%, em 2011, para 50%, em 2020, enquanto o setor privado ampliou sua fatia de 42,1% para 50%. Ainda de acordo com a PAIC, a participação do setor público como demandante de obras ou serviços da construção caiu 8,7 pontos percentuais (p.p.) no período de 2011 a 2020.

O grupo das oito maiores empresas da construção reduziu o valor, caindo de 11% do total do setor, em 2011, para 4,8%, em 2020, queda de 6,2 pontos percentuais. Por segmentos, houve queda no valor das empresas de construção de edifícios, de 8,7% para 7% na década, e no segmento de obras de infraestrutura, de 25,3%, em 2011, para 10% em 2020 (queda de 15,3 p.p.). No sentido contrário, o segmento de serviços especializados para construção apresentou expansão da concentração, subindo de 4,7%, em 2011, para 7,2%, em 2020.

Emprego

A Paic 2020 evidencia redução do número de pessoas ocupadas de 2,7 milhões, em 2011, para 2 milhões, em 2020. Isso significou perda de 680,7 mil empregos. Embora essa queda tenha ocorrido nos três segmentos da construção, o destaque foi para a construção de edifícios, que respondeu por 46,1% da retração registrada.

Em ternos de distribuição do pessoal empregado, a construção de edifícios se manteve como o principal segmento empregador, com 35,3% de participação em 2020, seguido por serviços especializados para construção, com 33%, e obras de infraestrutura, com 31,8%.

O levantamento do IBGE registra que, entre 2019 e 2020, o volume de emprego na indústria da construção aumentou em 71,8 mil pessoas. O segmento que mais contribuiu para esse resultado foi o de obras de infraestrutura, que empregou 61,6 mil pessoas a mais no período, seguido por construção de edifícios, com mais 32,7 mil pessoas. Por outro lado, o segmento de serviços especializados para construção mostrou queda de 22,5 mil pessoas nesse período.

Do ponto de vista do emprego formal, a pesquisa constatou que os impactos da pandemia do novo coronavírus não puderam configurar um resultado negativo para o setor da construção em 2020, frente o ano anterior. O segmento de obras de infraestrutura, em especial, já vinha retomando o ritmo das atividades e não enfrentou graves problemas de abastecimento em termos de materiais para construção no primeiro ano da pandemia.

Soma-se a isso o porte maior das empresas, que teria representado “maior estabilidade dos vínculos formais de trabalho em 2020 relativamente a 2019”. A pesquisa destacou ainda que os vários decretos federais, estaduais e municipais incluíram a construção no rol de atividades essenciais, o que permitiu a continuidade das obras durante a pandemia.

A pesquisa mostra que, em 2020, comparativamente a 2019, houve incremento de 3,8% no número de pessoas ocupadas. Já os salários, retiradas e outras remunerações pagas foram ampliadas em apenas 0,2%, o que sinaliza uma estabilidade real. Isso quer dizer que mesmo em um ano de pandemia da covid-19, o setor da construção demonstrou relativa estabilidade no montante de salários, retiradas e outras remunerações.

Custos e despesas

Considerando o número total de pessoas ocupadas dividido pelo número de empresas, notou-se queda na ocupação de 28 para 15 pessoas, entre 2011 e 2020. Essa tendência foi observada nos três segmentos, destacando obras de infraestrutura, que ocupava 98 pessoas, em média, em 2011, e passou a ocupar 45, em 2020. Também a remuneração média, medida em salário-mínimo (s.m.), teve redução nos últimos dez anos, passando de 2,6 s.m. para 2,2 s.m.

Em relação aos custos e despesas da indústria da construção, verificou-se que os gastos com pessoal continuaram liderando, com crescimento de 46,4%, em 2011, para 49,3%, em 2020, enquanto consumo de materiais caiu de 37,9% para 35,9%; e obras e serviços contratados a terceiros reduziram de 15,6% para 14,8%.

Na comparação da última década, obras residenciais continuaram sendo o principal produto da construção, com 24,9% de participação no total, expansão de 2,7 p.p. em dez anos. Em segundo lugar, aparecem serviços especializados para construção, com mais 3 p.p. de participação. O maior aumento no período entre 2011 e 2020 coube ao grupo de obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos, que subiu de uma participação de 11,5%, em 2011, para 14,7%, em 2020.

O IBGE destacou que na relação entre 2019 e 2020, esse grupo experimentou queda de 0,5 ponto percentual. A maior redução, entretanto, foi observada no grupo de edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais, que passaram de 14,9% para 10,6%.

Por regiões

A análise por regiões revela que não houve grandes mudanças tanto em relação ao número de pessoas ocupadas como ao valor de incorporações, obras ou serviços da construção para empresas com 5 ou mais pessoas. Nas duas variáveis, o Sudeste foi o destaque.

Em termos de emprego, a região elevou sua participação de 47,6% para 49,7% do pessoal ocupado. Apesar da queda de 51,9% para 48,5% nos últimos dez anos no valor de incorporações, obras ou serviços da construção, o Sudeste brasileiro permaneceu na liderança do ranking no país.

De acordo com a Paic 2020, a Região Sul apresenta tendência de crescimento nos últimos dez anos, elevando participação tanto no valor de incorporações, obras e serviços de construção, como em pessoal ocupado. O Nordeste, em contrapartida, foi a região que mais perdeu em participação, no referente a pessoal ocupado, na década (de 24% para 19,2%).

Com informações da Agência Brasil
Foto: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Neoenergia Cosern é criticada por quedas de energia no Réveillon Festival MADA 2023 terá o ‘Baile da Amada’ Cosern é condenada a indenizar cliente por cobrança indevida por falha em medidor Influencer trans Flávia Big Big morre vítima de câncer Ambulância das drogas: Motorista do SAMU preso usava o veículo para transportar e vender maconha e cocaína Prefeitura de Natal lança concurso para procurador Lei Seca: Idoso é preso pela terceira vez dirigindo bêbado em Natal PRF realizará leilão de veículos retidos no RN Concurso do TJRN tem mais de 54 mil inscrições Prefeito de São José do Campestre é morto a tiros em casa Governo do RN abre concurso para a Polícia Militar Bolsas da Capes e do CNPq: ministro afirma que reajustes devem ocorrer ainda este mês