Estudo mais recente da Saúde Brasil, produzido pelo Ministério da Saúde, aponta crescimento de 184% de trabalhadores atingidos pela doença
Nesta terça-feira, dia 28 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial de Combate à LER e à DORT. Apesar do grande número de pessoas afetadas por esta doença, tanto o conhecimento sobre as siglas como seus efeitos ainda passam despercebidos por boa parte da população brasileira. As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) podem afetar pessoas de diferentes idades, sendo consideradas as doenças laborais que mais acometem os brasileiros.
Segundo dados mais recentes da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT), em 2019, quase 39 mil trabalhadores foram afastados do trabalho devido a esse tipo de adoecimento. E entre 2007 e 2016, o levantamento Saúde Brasil 2018, produzido pelo Ministério da Saúde, apontou o crescimento de 184% de trabalhadores atingidos pela doença, principalmente mulheres de 40 a 45 anos.
Sobre as lesões mais recorrentes, a fisioterapeuta Ana Fraga, professora do curso de Fisioterapia da Estácio, relata que os casos mais comuns são na região do braço e na coluna vertebral. “Existem alguns distúrbios frequentes, como tendinites, que podem se desenvolver em vários locais, entre eles ombro, cotovelo e punho; as lombalgias, dores na região lombar; e as mialgias, sendo dores musculares em diversas regiões do corpo”, enumera.
Além do esforço repetitivo, a profissional explica ainda que existem outros tipos de sobrecarga no trabalho que podem ser prejudiciais, como excesso de força, vibração constante de algum objeto de trabalho e as posturas inadequadas para a execução das tarefas. A digitação intensa é uma das causas mais comuns da incidência da LER e é a que mais tem contribuído para o aumento do número de casos de doenças ocupacionais.
De acordo com Ana Fraga, nem toda pessoa que sente dor está com LER ou DORT, pois existem muitas patologias que geram sintomas como dormência, inchaço, cansaço, pontadas, agulhadas, e compreendem outros tipos de distúrbios. Daí a necessidade de procurar um especialista (reumatologista), a fim de obter o diagnóstico correto e traçar uma estratégia de tratamento adequada.
“Quando a pessoa é encaminhada para a Fisioterapia, o profissional dessa área deve, além da função de tratar a LER/DORT quando já instalada, informar e orientar o trabalhador a exercer suas tarefas da forma correta e segura e a manter uma postura adequada nas tarefas domiciliares ou no trabalho”, diz a profissional.
Como criar um ambiente de trabalho seguro
A professora do curso de Fisioterapia da Estácio esclarece que é necessário entender o contexto do trabalhador para estabelecer um ambiente de trabalho seguro. “As LER ou DORT podem ser evitadas com ajustes no ambiente, horários de descanso flexíveis, equipamentos adequados ergonomicamente e promoção de ginásticas laborais. A necessidade da melhora da condição de vida é um benefício para todos: empregador e empregado. Um profissional bem treinado e orientado jamais irá desenvolver esses sintomas”, adverte.
Como exemplo de cuidados, a fisioterapeuta sugere boas práticas como: pausar as tarefas e fazer alongamentos nos períodos que não prejudiquem sua produção; trocar de tarefas ao longo do dia, evitando assim os esforços repetitivos; fazer pausas de 15 a 20 minutos a cada três horas, a fim de poupar os músculos e tendões; e ingerir líquidos para que todas as estruturas corporais sejam bem hidratadas, o que diminui o risco de lesões.
Foto: Divulgação
Com informações da Agência Brasil
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