O ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu às acusações, argumentando que Bolsonaro busca vincular o governo de Lula a organizações criminosas como estratégia para evitar punições legais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou acusações sem provas ao insinuar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ligação com uma facção criminosa. Bolsonaro mencionou a reunião de Lula com representantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e sugeriu uma futura reunião com membros do Foro de São Paulo.
“Não estou aqui atacando o TSE, longe disso. Mas a fundamentação é uma coisa inacreditável: reuniu-se com embaixadores. O outro cara, no ano passado, se reuniu com a nata do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. E vai se reunir, agora, com a nata do Foro de São Paulo também. Não há comparação entre nós”, disse o ex-presidente, em Porto Alegre, sem citar o nome de Lula.
As declarações foram divulgadas pela Agência Estado no sábado (24.jun.2023), e foram feitas quando Bolsonaro falava das acusações das quais é alvo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – a Corte iniciou o julgamento da ação que pode torná-lo inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu às acusações, argumentando que Bolsonaro busca vincular o governo de Lula a organizações criminosas como estratégia para evitar punições legais.
“Nós achamos que o ex-presidente da República deve manter a serenidade, deve manter a decência possível e prestar contas à polícia e ao Poder Judiciário. Mas não tente, mais uma vez, recorrer a esse ardil baixo e vil de vincular o governo do presidente Lula ao PCC, ao Comando Vermelho e a qualquer outra quadrilha”, afirmou Dino.
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro faz referências pejorativas a Lula, já o chamando de “o cara” e “aquele cara de 9 dedos”. O ex-presidente também questionou a ação judicial que trata de uma reunião que ele fez com embaixadores em 2022, alegando que o sistema eleitoral brasileiro é falho.
Lula, por sua vez, visitou o Complexo do Alemão durante a campanha eleitoral de 2022 e foi alvo de distorções por parte dos apoiadores de Bolsonaro.
Foto: José Dias/PR/Ilustração/Arquivo
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