Dados inéditos do IBGE mostram a distribuição e proporção das comunidades quilombolas no estado
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (27.jul.2023) os resultados do Censo 2022, revelando que o Rio Grande do Norte abriga 22.384 quilombolas em seu território. Esse número representa aproximadamente 31% dos municípios potiguares, abrangendo um total de 53 cidades.
O Censo de 2022 foi histórico, pois pela primeira vez incluiu perguntas específicas para identificar as pessoas que se autodenominam quilombolas. Desse contingente, 84% (18.939 indivíduos) vivem fora dos territórios quilombolas oficialmente delimitados, enquanto 3.445 (16%) residem em áreas reconhecidas.
Entre os municípios com maior concentração de quilombolas, destaca-se Ceará-Mirim, que abriga 2.071 pessoas, representando 2,6% de sua população total de 79.115 habitantes. Por outro lado, em termos proporcionais, Portalegre se destaca, com 18,4% de seus moradores se autodeclarando quilombolas, totalizando 1.399 indivíduos em uma população de 7.601 habitantes.
O conceito de quilombolas remonta aos tempos em que quilombos eram refúgios de resistência e liberdade para pessoas escravizadas que fugiam entre os séculos XVI e XIX. Atualmente, o termo “quilombola” é utilizado para identificar pessoas que possuem laços históricos e ancestrais com essas comunidades, bem como com a terra em que vivem.
A Constituição de 1988 reconheceu essas comunidades como “comunidades remanescentes de quilombos”, o que evoluiu para o atual termo ao longo dos anos. O censo trouxe à luz a importância e a distribuição dessas comunidades no estado, possibilitando um maior entendimento de sua relevância histórica e cultural.
Foto: Jessica Cândido/Agência IBGE Notícias
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