Estudo revela queda na taxa de fecundidade e envelhecimento da população, com impactos diretos nas políticas públicas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novas projeções populacionais baseadas nos dados do Censo Demográfico de 2022, revelando um futuro de estagnação no crescimento populacional do Brasil a partir de 2041. Segundo o estudo, a população brasileira deve alcançar o ápice de 220 milhões de habitantes nesse ano, antes de começar a declinar. Esse fenômeno é diretamente ligado à queda acentuada da taxa de fecundidade, que caiu de 2,32 filhos por mulher em 2000 para 1,57 em 2023, com uma projeção de redução para 1,44 em 2040.
No Rio Grande do Norte, a tendência acompanha a nacional, com a população estadual projetada para atingir um pico de 3.516.133 pessoas em 2039, um aumento de 70.062 habitantes em comparação a 2024. A partir de 2040, o estado verá sua população diminuir, estimando-se que em 2070 contará com 3.075.174 habitantes.
As projeções também destacam o rápido envelhecimento da população brasileira, com a idade média passando de 35,5 anos em 2023 para 48,4 anos em 2070. Esse envelhecimento, aliado à queda da fecundidade e à diminuição dos nascimentos, representa desafios significativos para a formulação de políticas públicas. O Rio Grande do Norte, por exemplo, já registra uma taxa de natalidade em queda, com 11,5 nascimentos por mil habitantes em 2023, metade do valor observado em 2000.
A queda na taxa de fecundidade no Rio Grande do Norte também reflete no ranking nacional, onde o estado ocupa a 24ª posição, e na região Nordeste, onde está na 8ª colocação, atrás de estados como Bahia. Esse declínio impacta diretamente o número de nascimentos no estado, que em 2070 será aproximadamente um terço dos nascimentos registrados em 2000. Em 2023, o número de nascimentos já representava apenas 64% do registrado naquele ano.
Com a desaceleração do crescimento populacional, o Brasil passará por mudanças significativas, com estados como Rio Grande do Sul e Alagoas começando a perder população já em 2027. Paralelamente, o país também testemunhará uma queda contínua na mortalidade infantil, que passou de 28,1 óbitos por mil nascidos vivos em 2000 para 12,5 em 2023, com uma projeção de 5,6 óbitos para 2070 no Rio Grande do Norte.
Em termos de envelhecimento, as projeções do IBGE indicam um aumento expressivo na proporção de idosos, que em 2070 representarão mais de um terço da população brasileira. No Rio Grande do Norte, essa proporção subirá de 9,4% em 2000 para 39,9% em 2070, elevando a idade média da população para 49,5 anos.
O estudo do IBGE oferece um panorama detalhado e essencial para o planejamento futuro do Brasil, destacando a necessidade de adaptações nas políticas públicas para enfrentar os desafios demográficos que se avizinham.
Foto: Andre Borges/Agência Brasília/Ilustração
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