Jornalista e apresentador marcou gerações com sua voz inconfundível e legado no jornalismo nacional
Morreu nesta quinta-feira (3.out.2024) o jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira, um dos maiores ícones da comunicação do Brasil. Aos 97 anos, Cid faleceu em decorrência de complicações de uma pneumonia, após semanas de tratamento no Hospital Santa Teresa, localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Sua partida deixa uma lacuna irreparável na televisão brasileira, onde ele construiu uma carreira de mais de seis décadas, sendo uma das vozes mais emblemáticas do país.
Cid Moreira foi amplamente reconhecido pelo seu trabalho no Jornal Nacional, da Rede Globo, programa que apresentou cerca de 8 mil vezes ao longo de sua trajetória. Sua voz profunda e serena se tornou símbolo de credibilidade e respeito, conquistando gerações de telespectadores e consolidando seu nome no cenário jornalístico brasileiro.
Nascido em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927, Cid Moreira descobriu sua paixão pela comunicação ainda jovem. Foi em 1944, quando um amigo o incentivou a participar de um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté, que sua carreira teve início. Nos primeiros anos, Cid trabalhou como narrador de comerciais até se mudar para São Paulo, onde atuou na Rádio Bandeirantes e em agências de publicidade, como a Propago.
Cid teve uma sólida carreira no jornalismo televisivo, passando por diversas emissoras de destaque, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental. O jornalista apresentou o “Jornal da Globo” e foi o primeiro a comandar o recém-lançado Jornal Nacional, o primeiro telejornal transmitido em rede nacional no Brasil. Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes na estreia do JN, em setembro de 1969, e, dois anos depois, formou uma parceria de sucesso com Sérgio Chapelin, que perdurou por décadas.
Por 26 anos, Cid Moreira foi o rosto principal do Jornal Nacional. Sua despedida diária com o clássico “boa-noite” tornou-se uma marca registrada na televisão brasileira, símbolo de confiança e responsabilidade no jornalismo.
Em 1996, com uma reformulação do JN, novos apresentadores assumiram o comando, como William Bonner e Lillian Witte Fibe, enquanto Cid passou a se dedicar à leitura dos editoriais do telejornal, dando continuidade à sua contribuição essencial para a credibilidade do programa.
Nos últimos anos, Cid dedicou-se a um projeto especial que combinava sua fé e sua habilidade vocal: a gravação de salmos bíblicos. Em 2011, ele concretizou o objetivo de gravar a Bíblia na íntegra, um projeto que foi amplamente aclamado e se tornou um dos maiores sucessos de vendas do país.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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