Falta de insumos e superlotação desafiam gestão estadual; Sesap anuncia ações emergenciais para aliviar colapso
A crise no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, continua se agravando, com a superlotação se estendendo por três semanas consecutivas e o pronto-socorro operando quase o dobro de sua capacidade. Na manhã desta segunda-feira (18.nov.2024), 132 pacientes estavam internados em um espaço que não suporta tamanha demanda.
Imagens captadas mostram 22 pessoas aglomeradas em uma sala de exames, enquanto o setor de politrauma é descrito como “intransitável”. Segundo Rosália Fernandes, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), o cenário é de completo colapso. “Pensei que já tinha visto o pior nesse hospital. Simplesmente tem setores que não dá para se locomover”, afirmou.
O problema no Walfredo Gurgel não é isolado. O Hospital Estadual Telecila Freitas Fontes, em Caicó, também enfrenta grave superlotação e escassez de medicamentos e insumos básicos. De acordo com o Sindsaúde, a situação resulta da falta de planejamento e investimento por parte da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e do Governo do RN, afetando severamente tanto pacientes quanto profissionais de saúde.
Em resposta à crise, a Sesap anunciou uma série de medidas emergenciais. Uma das ações inclui a suspensão das obras de reforma no segundo andar do Walfredo Gurgel, permitindo a abertura de mais leitos nos próximos dias. Outra medida envolve um pedido ao Poder Judiciário para o desbloqueio de leitos em outras unidades da rede estadual, como o Hospital de Macaíba, o Hospital Geral Dr. João Machado e o Giselda Trigueiro, ambos em Natal.
A governadora Fátima Bezerra determinou que a Sesap elabore um plano de ação a ser discutido com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems-RN) e outras entidades, como a Procuradoria Geral do Estado (PGE). A expectativa é que, após a reunião, a Sesap apresente os detalhes das medidas à imprensa, buscando mais transparência e soluções eficazes para o caos no atendimento hospitalar.
Além das iniciativas de curto prazo, a governadora destacou a necessidade de estratégias a médio e longo prazo, que envolvam todos os entes federativos, visando não só desafogar o Walfredo Gurgel, mas também tratar das causas estruturais da crise no sistema de saúde do Rio Grande do Norte.
Foto: Sindsaúde/RN
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