A maior crise política do país em décadas gera reações internacionais e manifestações populares
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou nesta quarta-feira (4.dez.2024) a suspensão da lei marcial, decretada por ele poucas horas antes. O recuo dramático ocorreu após o Parlamento rejeitar a medida de forma unânime, gerando alívio entre manifestantes e intensas repercussões nacionais e internacionais.
A lei marcial, anunciada na noite de terça-feira (3), visava conter supostas “forças antiestatais”, mas foi interpretada como uma tentativa de restringir direitos civis, censurar a mídia e silenciar a oposição política. O decreto foi imediatamente rejeitado pelos 190 membros do Parlamento, incluindo integrantes do próprio partido de Yoon, obrigando-o a revogar a medida conforme previsto na legislação sul-coreana.
Centenas de manifestantes reunidos do lado de fora do Parlamento comemoraram o recuo. “Nós vencemos!”, gritavam, enquanto a crise política ecoava nas redes sociais e nas ruas da capital.
O episódio gerou preocupação entre aliados internacionais. Kurt Campbell, vice-secretário de Estado dos EUA, afirmou que os Estados Unidos acompanhavam os desdobramentos “com grande preocupação” e esperavam uma resolução pacífica, conforme os princípios democráticos.
A declaração da lei marcial foi vista como um dos maiores desafios à democracia sul-coreana desde a década de 1980. Durante o breve período em que esteve em vigor, a medida ameaçava proibir atividades parlamentares e impor censura à mídia, marcando a primeira declaração do tipo desde 1980.
Analistas políticos avaliam que o recuo de Yoon é um reflexo da pressão pública e parlamentar, enquanto o episódio deixa claro os desafios enfrentados pela democracia sul-coreana em um contexto de disputas políticas internas e monitoramento internacional.
Foto: Kim Yong W/Fotos Públicas
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