Policiais militares são afastados após morte de mulher durante operação no Passo da Pátria

Policiais militares são afastados após morte de mulher durante operação no Passo da Pátria

Administradora Bárbara Nascimento foi atingida por disparo durante ação da PM; inquéritos foram abertos para apurar o caso

Quatro policiais militares foram afastados das funções operacionais por 30 dias após a morte de Bárbara Kelly Araújo Nascimento, de 39 anos, durante uma operação policial na comunidade Passo da Pátria, na Zona Leste de Natal, no sábado (12.abr.2025). O afastamento foi anunciado nesta segunda-feira (14.abr) pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed) durante coletiva de imprensa.

Moradores da comunidade e familiares da vítima afirmam que o disparo que matou Bárbara partiu de policiais militares e que não houve confronto armado no local. A vítima foi atingida quando estava na frente de casa, acompanhada da filha de quatro anos e de outros familiares.

Afastamento e investigação

Os policiais afastados pertencem ao 1º Batalhão da Polícia Militar. Segundo a Sesed, durante os 30 dias de afastamento, os servidores seguirão desempenhando atividades administrativas, enquanto o caso é investigado.

Ainda no domingo (13), a secretaria determinou a “apuração dos fatos”, incluindo os procedimentos da operação policial e a morte da moradora da comunidade.

Durante a coletiva, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alarico Azevedo, informou que quatro armas utilizadas na ação foram recolhidas para realização de perícia balística. A apuração está sendo conduzida por meio de dois inquéritos: um inquérito policial militar e um inquérito criminal, conduzido pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

“Todos esses fatos serão apurados no inquérito policial. Existem diferentes versões. Com calma e responsabilidade, a Polícia Militar e a Polícia Civil vão apurar os fatos”, afirmou o comandante.

Suspeito preso em flagrante

Segundo a corporação, a operação policial foi iniciada após denúncia de tráfico de drogas. Um suspeito foi preso em flagrante na localidade com drogas, balança de precisão e outros materiais.

“Essa viatura foi acionada para ocorrência de tráfico de drogas. O suspeito foi conduzido à delegacia, onde os procedimentos foram realizados junto à autoridade policial”, disse o comandante Alarico.

O inquérito que investiga a morte tem prazo inicial de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 10 dias.

Depoimentos e perícia

De acordo com o delegado adjunto da DHPP, testemunhas da ocorrência foram identificadas e seriam ouvidas ainda na segunda-feira (14). A Polícia Civil afirmou que trabalha com isenção e imparcialidade na apuração dos fatos.

“O trabalho da Polícia Civil é técnico e isento. A população pode ter confiança de que a verdade será esclarecida, sem favorecimento”, afirmou o delegado.

Protesto e repercussão

Na noite do sábado (12), moradores da comunidade realizaram um protesto após a morte da administradora. Pneus foram incendiados e vias de acesso ao bairro, incluindo a Avenida do Contorno, foram bloqueadas.

Bárbara era administradora de empresas, casada há 14 anos e mãe de uma menina de 4 anos. A criança estava com ela no momento do disparo. Segundo relatos de familiares, Bárbara havia acabado de chegar do trabalho e estava sentada na calçada de casa com a filha e outros parentes quando os disparos começaram.

O irmão da vítima, José Fabrício de Araújo, afirmou que não houve confronto e que os policiais já chegaram atirando. “A população inteira está de testemunha. Eles entraram e começaram a atirar numa rua cheia de crianças às 6 horas da noite”, disse.

Ainda segundo José Fabrício, os policiais não prestaram socorro após o disparo. A vítima foi levada por parentes ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, mas não resistiu aos ferimentos.

Acompanhamento por órgãos de direitos humanos

A secretária estadual das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Júlia Arruda, informou que a pasta acompanha o caso e está em contato com o Conselho Estadual de Direitos Humanos para prestar apoio à família da vítima.

Bárbara Nascimento foi velada no domingo (13) na própria comunidade e sepultada nesta segunda-feira (14) no Cemitério do Bom Pastor, em Natal.

Foto: Reprodução

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