Cerimônias funerárias seguem o rito oficial do Vaticano; testamento do Pontífice pede simplicidade no sepultamento e revela desejo de descanso final em santuário mariano
O Vaticano confirmou os detalhes das exéquias e do sepultamento do Papa Francisco, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de coma e colapso cardiovascular irreversível. O Departamento de Celebrações Litúrgicas divulgou a programação oficial das cerimônias, que seguem o Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, rito que regulamenta os funerais papais.
A primeira etapa das homenagens será o traslado do corpo da Capela da Casa Santa Marta para a Basílica de São Pedro, às 9h (horário local) da quarta-feira, 23 de abril. A procissão será precedida por uma oração conduzida pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana. O cortejo passará pela Praça Santa Marta, pela Praça dos Protormártires Romanos e pelo Arco dos Sinos, até adentrar a Basílica pela porta central.

Diante do Altar da Confissão, ocorrerá a Liturgia da Palavra. Após esse rito, será iniciado o período de visitação pública à urna mortuária do Papa Francisco.
A Missa das Exéquias está marcada para o sábado, 26 de abril, às 10h (horário local), no átrio da Basílica de São Pedro. A celebração será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, e marca o início do Novendiali, período de nove dias de orações oficiais em memória do Pontífice falecido.
Concluída a missa, serão realizados os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, cerimônias solenes que encerram as exéquias. Em seguida, o corpo será conduzido de volta ao interior da Basílica de São Pedro e, posteriormente, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, local escolhido para o sepultamento.
Disposições testamentárias
O Vaticano também tornou público o testamento do Papa Francisco, assinado em 29 de junho de 2022. No documento, o Pontífice expressa o desejo de um sepultamento simples. Ele solicitou que sua sepultura fosse instalada no chão da Basílica de Santa Maria Maior, sem decoração especial, contendo apenas a inscrição “Franciscus” na lápide.
Francisco afirmou, no testamento, que escolheu ser enterrado nesse local por ter costume de rezar no santuário mariano ao início e fim de cada viagem apostólica. “Desejo que minha última viagem terrena se conclua justamente neste antiquíssimo santuário mariano, onde ia rezar no início e no fim de cada viagem apostólica, para confiar com fé minhas intenções à mãe imaculada e agradecer-lhe por seu cuidado dócil e materno”, escreveu.
As despesas do funeral e da sepultura, segundo o Papa, serão cobertas por um benfeitor que havia destinado recursos especificamente à Basílica de Santa Maria Maior. O documento também informa que o valor foi providenciado por meio do monsenhor Rolandas Makrickas, comissário extraordinário do capítulo liberiano.
No encerramento do testamento, o Papa Francisco deixou uma mensagem de agradecimento e oração. “Que o Senhor conceda a merecida recompensa àqueles que me amaram e continuarão a rezar por mim. Ofereço o sofrimento que se fez presente na parte final da minha vida ao Senhor, pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.”
Presenças confirmadas
Chefes de Estado e de governo de diversos países confirmaram presença nas cerimônias de despedida. O Vaticano ainda não divulgou os detalhes sobre os próximos passos relacionados à sucessão papal, como o cronograma do conclave.
Foto: Catholic Church (England and Wales)/Fotos Públicas / MAZUR Catholic Church (England and Wales)/Fotos Públicas
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