Servidora é investigada por acessar dados sigilosos da DHPP e repassá-los a policiais militares investigados por ligação com grupos de extermínio
Uma policial civil do Rio Grande do Norte foi afastada das atividades por 90 dias, por determinação da Justiça, após ser alvo da “Operação Inimigo Oculto”, deflagrada nesta terça-feira (29.abr.2025) pela própria Polícia Civil do estado. A investigação apura o envolvimento da servidora com grupos criminosos, incluindo milícias.
De acordo com a corporação, a policial, que era lotada em uma delegacia de plantão, teria acessado indevidamente procedimentos investigativos da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os dados acessados envolviam investigações contra policiais militares, em sua maioria ligados ao 4º Batalhão da Polícia Militar, alguns dos quais já foram presos ou investigados por envolvimento com grupos de extermínio e milícias.
A apuração aponta que as informações extraídas do sistema da Polícia Civil eram repassadas aos próprios investigados ou a pessoas próximas a eles. Parte desses dados sigilosos chegou a ser divulgada em redes sociais, sendo utilizada como forma de autopromoção por parte de integrantes desses grupos.
Além disso, a servidora também teria acessado dados de investigações que envolviam facções criminosas rivais, o que ampliou o impacto das ações consideradas ilegais.
Segundo os investigadores, os acessos indevidos ocorriam em horários coincidentes com ligações feitas pela investigada aos alvos das apurações. A suspeita é de que ela atuava internamente para comprometer as investigações e favorecer os envolvidos.
O nome da operação faz referência à atuação oculta da policial civil dentro da própria corporação, minando investigações sensíveis conduzidas por setores especializados da Polícia Civil.
O mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência da investigada, e materiais foram recolhidos para análise. O caso segue sob investigação da Polícia Civil e do Ministério Público.
Foto: Divulgação/Polícia Civil/Ilustração
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