Família de criança de oito meses com problema cardíaco enfrenta impasse entre plano de saúde e hospital privado; procedimento é considerado urgente por médicos
Uma bebê de oito meses de idade diagnosticada com uma cardiopatia congênita complexa está internada há cerca de um mês em um hospital privado de Natal, no Rio Grande do Norte, à espera da liberação para realização de uma cirurgia de urgência. O impasse entre o plano de saúde e a unidade hospitalar tem impedido o encaminhamento da paciente para o procedimento necessário. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (5.mai.2025) pela InterTv Cabugi.
Elena Valentina de Araújo Souza Cabral nasceu com uma condição cardíaca caracterizada por múltiplas anomalias na estrutura e funcionamento do coração. Ainda no primeiro mês de vida, foi submetida a uma cirurgia paliativa, necessária para garantir a oxigenação adequada do organismo.
Internação e necessidade cirúrgica
A bebê está atualmente internada em um hospital privado da capital potiguar, unidade que não realiza o tipo de cirurgia indicada para o seu caso. Familiares tentaram a transferência para outro hospital da rede privada em Natal, mas a autorização foi negada pelo plano de saúde.

Relatórios médicos apresentados à imprensa apontam que o procedimento deve ser realizado com “máxima brevidade possível” devido à gravidade da condição da criança. A intervenção requerida é conhecida como cirurgia de Glenn, técnica usada em crianças com cardiopatias congênitas para melhorar o fluxo sanguíneo entre o coração e os pulmões.
A cirurgia de Glenn é geralmente indicada como parte de um tratamento em etapas para casos de hipoplasia de ventrículo direito ou esquerdo, sendo realizada após a cirurgia de Blalock-Taussig, da qual a paciente já foi submetida.
Durante o período de internação, a bebê vem apresentando sinais de queda de saturação de oxigênio, episódios de letargia e desmaios, agravando ainda mais o quadro clínico.
Posicionamento do plano de saúde
Em nota enviada à imprensa, a operadora Humana Saúde informou que todas as autorizações necessárias para a realização do procedimento foram concedidas, e que não há pendências relacionadas à liberação por parte da empresa. No entanto, segundo o plano, o hospital que realiza o procedimento indicado, o Hospital Rio Grande, alegou indisponibilidade para receber a paciente.
A Humana Saúde ainda destacou que está em busca de instituições e profissionais especializados, considerando as condições clínicas da paciente e os protocolos adequados para o caso.
Divergência entre hospital e operadora
O Hospital Rio Grande confirmou que não realiza mais atendimentos vinculados à Humana Saúde desde o mês de março, quando houve solicitação de descredenciamento da unidade pela própria operadora. Com isso, atualmente não há vínculo contratual ativo entre o hospital e o plano de saúde, o que inviabiliza o atendimento direto pelo convênio.
A ausência de cobertura contratual entre as partes tem dificultado a realização do procedimento, uma vez que o hospital é apontado como a única unidade especializada no estado do Rio Grande do Norte para esse tipo de cirurgia cardíaca pediátrica.
Situação indefinida
A família da paciente segue tentando viabilizar a transferência para uma unidade hospitalar que possa realizar a cirurgia de forma imediata. Diante da complexidade do caso, a demora no procedimento representa um risco à vida da criança.
Foto: Reprodução
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