Ratos em Alcaçuz: o colapso da política prisional no RN

Ratos em Alcaçuz: o colapso da política prisional no RN

Editorial POR DENTRO DO RN

A recente descoberta de um ninho de ratos em um depósito de alimentos no presídio de Alcaçuz é mais do que um incidente isolado; é o retrato do colapso da política prisional no Rio Grande do Norte. Em um governo que se autodenomina progressista e defensor dos direitos humanos, a situação dos presídios reflete negligência, abandono e uma crise que se aprofunda a cada dia.

O flagrante, realizado por policiais penais, expõe não apenas a insalubridade das instalações, mas também a falta de gestão e fiscalização adequadas. Alimentos destinados aos detentos sendo armazenados em locais infestados por roedores é uma violação grave dos direitos humanos e um risco à saúde pública.

A crise se agrava com o pedido do Ministério Público do RN pelo afastamento do secretário da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), motivado por falhas na gestão dos presídios de Alcaçuz e Natal. Essa solicitação evidencia a falta de confiança nas ações do governo estadual e a urgência de mudanças estruturais na administração penitenciária.

O governo Fátima Bezerra, que deveria priorizar políticas públicas inclusivas e humanizadas, demonstra, na prática, um descompromisso alarmante com a dignidade dos detentos e a segurança dos profissionais que atuam no sistema prisional. A ausência de investimentos, a precarização das condições de trabalho e a falta de políticas de ressocialização são sintomas de uma gestão que falha em suas responsabilidades básicas.

Além disso, a crise no sistema prisional reflete diretamente na segurança pública do Estado. Presídios superlotados, sem controle efetivo e com condições degradantes, tornam-se verdadeiras bombas-relógio, ameaçando não apenas os internos, mas toda a sociedade.

É inadmissível que, em pleno século XXI, o Rio Grande do Norte conviva com situações que remetem a práticas medievais de encarceramento. A presença de ratos em locais destinados à alimentação humana – seja onde for – é um símbolo do abandono e da falência de um sistema que deveria ser pautado pela legalidade, pela ética e pelo respeito aos direitos fundamentais.

O governo estadual precisa assumir sua responsabilidade e implementar medidas urgentes para reverter esse cenário. Isso inclui a a melhoria das condições físicas dos presídios, a valorização dos profissionais da área e a implementação de políticas efetivas de ressocialização.

A sociedade potiguar não pode mais tolerar a negligência e o descaso com que o sistema prisional vem sendo tratado. É hora de exigir transparência, responsabilidade e ações concretas que garantam a dignidade humana e a segurança de todos.

Foto: Reprodução

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