Estado apresenta taxa de 1,1% de diagnósticos, com maior prevalência entre meninos de 5 a 9 anos
O Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta sexta-feira (23.mai.2025) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 37.625 pessoas foram diagnosticadas com autismo no Rio Grande do Norte. Esta foi a primeira vez que o Censo incluiu informações específicas sobre o transtorno do espectro autista (TEA) entre seus dados populacionais.
De acordo com o levantamento, o estado apresentou uma taxa de 1,1% da população diagnosticada com autismo, número que está ligeiramente abaixo da média nacional, de 1,2%, e igual à média da região Nordeste. A análise abrange todos os municípios potiguares, com destaque para os dados de sexo, faixa etária, cor/raça e escolaridade.
Diagnóstico por sexo e municípios
O estudo identificou uma maior prevalência do diagnóstico entre homens (1,5%), enquanto entre as mulheres a taxa foi de 0,8%. A capital, Natal, lidera entre os municípios com 1,4% da população diagnosticada com autismo, seguida por Mossoró, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante, todas com 1,3%.
Entre os homens, os maiores percentuais foram observados em Mossoró (1,9%) e Natal (1,8%), seguindo o padrão nacional de maior ocorrência do transtorno no sexo masculino, conforme indicado pelo IBGE.
Faixa etária com maior incidência
A distribuição por idade mostra que a incidência do autismo é mais elevada nas faixas etárias infantis, especialmente entre meninos. A maior taxa foi registrada entre meninos de 5 a 9 anos (4,2%), seguida pelos de 0 a 4 anos (3,0%).
Entre as meninas, os números também foram mais expressivos nas faixas iniciais, mas com proporções mais baixas: 1,3% de 0 a 4 anos e 1,2% de 5 a 9 anos. A prevalência diminui progressivamente com o aumento da idade em ambos os sexos, mantendo-se abaixo de 1% a partir dos 20 anos.
Distribuição por cor ou raça
A população diagnosticada com autismo no estado também foi analisada por cor ou raça. A maioria se declarou parda (17.963 pessoas), com uma taxa proporcional de 1,1%. Em seguida, estão os brancos (16.622), com taxa de 1,3%.
Embora em número absoluto menor, pessoas indígenas apresentaram a maior taxa proporcional (1,8%). Outros dados incluem 2.838 pessoas pretas (0,9%) e 28 de cor amarela (0,5%).
Escolaridade
A escolarização das pessoas diagnosticadas com autismo foi outro ponto abordado pelo IBGE. A taxa de escolarização é elevada nas faixas entre 6 e 14 anos, com 92,02% dos meninos e 91,62% das meninas matriculados na escola.
No entanto, os índices caem significativamente nas faixas etárias seguintes. Entre 15 e 17 anos, os percentuais são de 73,79% para meninos e 75,12% para meninas. A redução se acentua entre jovens de 18 a 24 anos, com 34,32% dos homens e 27,59% das mulheres frequentando alguma instituição de ensino.
Entre os adultos com 25 anos ou mais, apenas 6,73% dos homens e 8,3% das mulheres estavam em processo de escolarização, revelando uma queda acentuada no acesso à educação formal com o avanço da idade.
Utilidade dos dados
Segundo o IBGE, as informações têm o objetivo de auxiliar gestores públicos e entidades sociais no planejamento de políticas públicas voltadas ao atendimento das pessoas diagnosticadas com autismo, considerando sua distribuição por idade, sexo, cor, raça e escolaridade em todo o território potiguar.
Os dados completos estão disponíveis no site do IBGE e passam a integrar a base de informações demográficas sobre saúde e inclusão no Brasil.
Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília / Mimzy/Pixabay
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