Parnamirim sem rumo: gestão Nilda coleciona falhas e polêmicas

Parnamirim sem rumo: gestão Nilda coleciona falhas e polêmicas

Editorial POR DENTRO DO RN

Seis meses após assumir oficialmente a Prefeitura de Parnamirim, a professora Nilda Cruz segue demonstrando que, para além do marketing institucional e das fotos nas redes sociais – com sorriso largo, chupando picolés, mãos fazendo gesto de coração – falta gestão, comando e, sobretudo, resultados concretos.

É cada vez mais evidente que sua administração patina. A prefeita, que ascendeu ao cargo após derrotar o candidato de Rosano Taveira, Salatiel de Souza, parece não ter compreendido ainda a dimensão do desafio que representa governar a terceira maior cidade do Rio Grande do Norte.

E, enquanto a população espera soluções, o que se vê são promessas vazias, polêmicas familiares e uma avalanche de propaganda institucional — outdoors espalhados pela cidade com apelos religiosos — tentando esconder a inoperância que grita nas ruas.

Transporte público: um retrato do abandono

Um dos exemplos mais visíveis da falta de ação da prefeita Nilda está no transporte público municipal. As linhas interbairros de Parnamirim são operadas majoritariamente por vans antigas, muitas com mais de 20 anos de uso — há registros de veículos fabricados em 2001 ainda circulando. O serviço é caro, inseguro, sem acessibilidade para pessoas com deficiência e completamente incompatível com as exigências mínimas de dignidade para o usuário.

Enquanto o Ministério Público do RN atua exigindo melhorias no transporte intermunicipal, recomendando a retirada de veículos com mais de 18 anos de uso, a frota de Parnamirim segue como uma exceção vergonhosa: ultrapassada, irregular e ignorada pelo poder público municipal. A prefeita, que deveria ser a primeira a enfrentar essa realidade, se mantém em silêncio.

Sem apoio político e sem entregas

A gestão Nilda também amarga perdas políticas importantes. Seis vereadores – um deles do mesmo partido da prefeita – até então aliados, se declararam independentes e romperam com a base da prefeita. O movimento revela o descontentamento até mesmo dentro de sua própria trincheira, o que enfraquece ainda mais a capacidade de articulação e execução de projetos relevantes para a cidade.

Mas o distanciamento não surpreende. Faltam obras estruturantes, programas consistentes, ações efetivas de combate à desigualdade e investimentos sólidos em saúde, educação e infraestrutura urbana. Até mesmo sua principal “entrega” visível da prefeita à população, a publicidade institucional — dispendiosa, massiva e desproporcional frente à escassez de resultados reais – já é motivo de críticas da população local.

Polêmicas pessoais que respingam na gestão

A prefeita também vem acumulando polêmicas que abalam sua imagem. O caso mais grave envolve o acidente de carro que resultou na morte de um bebê de apenas quatro meses, atropelado junto à mãe por um veículo da prefeitura em abril deste ano. Ainda que o episódio esteja sob investigação, a situação escancarou o despreparo de sua equipe e expôs fragilidades na condução dos recursos públicos e na responsabilidade institucional.

Outro ponto que desperta atenção é o envolvimento de familiares da prefeita em casos controversos. Embora juridicamente resolvido, o histórico recente de seu esposo, acusado de tortura contra um suspeito de estupro, continua sendo explorado politicamente e enfraquece a autoridade moral da chefe do Executivo municipal.

Governar exige mais que outdoor

Nilda foi eleita com um discurso de renovação e responsabilidade, mas até agora não demonstrou capacidade técnica nem sensibilidade social para administrar Parnamirim. Em vez de propaganda em outdoors, a população espera ônibus novos nas ruas, UBS funcionando, UPA atendendo adequadamente, escolas bem equipadas, ruas asfaltadas e servidores valorizados.

É inaceitável que uma cidade do porte de Parnamirim continue à mercê de uma gestão que até agora só entregou promessas ilustradas em painéis de publicidade. A prefeita precisa lembrar que propaganda não tapa buraco, não melhora a mobilidade, não resolve a crise da saúde, nem convence um eleitorado que está atento.

A realidade é que o tempo está passando — e rápido. Se a prefeita quiser encerrar este ano com alguma credibilidade, precisa abandonar o marketing vazio e arregaçar as mangas. Porque até agora, o saldo de sua administração é, no mínimo, decepcionante.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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