Acompanhantes iniciam faxina em hospital de Parnamirim após paralisação de terceirizados

Acompanhantes iniciam faxina em hospital de Parnamirim após paralisação de terceirizados

Hospital Deoclécio Marques enfrenta acúmulo de lixo e falta de higiene por greve de limpeza, maqueiros, lavanderia e cozinha

A falta de limpeza no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, motivou acompanhantes de pacientes a realizarem a própria faxina na unidade. A situação está relacionada à paralisação de serviços terceirizados — limpeza, maqueiros, lavanderia e cozinha — por conta de salários e benefícios atrasados. A greve já dura quatro dias e afeta diretamente as condições sanitárias do hospital.

Serviços afetados e impacto na higiene

A interrupção dos trabalhos por parte de funcionários terceirizados comprometeu diversas áreas do hospital. Setores como limpeza, transporte de pacientes, lavanderia e cozinha ficaram sem atendimento regular, levando à proliferação de lixo, falta de higienização nos banheiros, mau cheiro nos corredores e falta de asseio nas enfermarias. A situação se agravou especialmente na ala de isolamento da Ortopedia 2, onde pacientes com suspeita ou confirmação de infecção hospitalar estão internados.

Em resposta, acompanhantes de pacientes passaram a limpar banheiros e doenças críticas, além de manter áreas comuns e quartos minimamente limpos, numa tentativa de evitar piora do estado de saúde dos pacientes hospitalizados em locais sensíveis.

Perigo em áreas de isolamento

A Ala de Isolamento da Ortopedia 2 foi apontada como um dos pontos mais críticos. A falta de limpeza e higienização coloca em risco pacientes em tratamento ou vigilância por infecção hospitalar. Na ausência de profissionais de limpeza, os próprios acompanhantes passaram a cuidar da higiene das áreas, preocupados tanto com a saúde dos pacientes quanto com o risco de novas contaminações.

Alimentação restrita a pacientes

Devido à paralisação dos trabalhadores da cozinha, apenas os pacientes internados recebem refeições. A rotina dos acompanhantes, dependentes do suporte do hospital, ficou prejudicada sem acesso à alimentação fornecida pela unidade.

Greve por atrasos de salários e benefícios

Profissionais terceirizados da limpeza, maqueiros, lavanderia e cozinha interromperam atividades devido ao atraso no pagamento de salários, vale-alimentação e férias. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN) confirmou a greve, atribuindo-a a dificuldades financeiras enfrentadas desde o ano anterior.

A Sesap informou que realizou repasses às empresas contratadas ao longo da semana, com o objetivo de normalizar os serviços. Entretanto, até o momento da paralisação, os serviços não haviam sido retomados. A secretaria declarou que as equipes internas do hospital seguem trabalhando para garantir a assistência aos pacientes.

Consequências e riscos sanitários

A faxina espontânea pelos acompanhantes evidencia falhas na gestão de serviços essenciais de limpeza e alimentação. A situação pode agravar o risco de infecções hospitalares, especialmente em áreas restritas e de maior vulnerabilidade. Além disso, a falta de condições adequadas de higiene aumenta a preocupação com a segurança dos pacientes, profissionais e acompanhantes.

Responsabilidade e continuidade dos serviços

Segundo a Sesap, o objetivo dos repasses financeiros é viabilizar a retomada imediata dos serviços terceirizados, garantindo a limpeza adequada, higienização completa e recuperação das rotinas assistenciais. O hospital também enfatizou que seus profissionais permanecem ativos e priorizam os cuidados médicos.

A paralisação voluntária dos terceirizados permanece aguardando regularização dos repasses salariais. A retomada plena dos serviços depende do pagamento integral dos salários e benefícios devidos aos prestadores.

Ações recomendadas

Órgãos de fiscalização sanitária e vigilância hospitalar devem acompanhar a situação de perto, vistoriando as condições de higiene e adotando medidas para impedir riscos à saúde. A reposição imediata dos serviços terceirizados e a regularização dos pagamentos são essenciais para restabelecer os padrões mínimos de limpeza, alimentação e cuidado ao paciente.

Foto: Reprodução / Carmem Felix/ASSECOM RN

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