Parlamentares divergem após decisão do STF sobre tentativa de golpe
Oposição aposta em anistia e base comemora condenação de Bolsonaro
Após a formação de maioria na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe de Estado, parlamentares da oposição e da base governista manifestaram posições divergentes sobre o resultado e seus desdobramentos políticos.
Representantes da oposição classificaram a decisão como injusta e indicaram que o processo judicial careceu de imparcialidade. A avaliação é de que o julgamento está vinculado a investigações que se tornaram instrumentos de perseguição política. Como resposta, lideranças do Partido Liberal (PL) defendem a aprovação de uma proposta de anistia ampla, geral e irrestrita no Congresso Nacional. A medida incluiria os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e é apresentada como alternativa para pacificação institucional.

Parlamentares da base governista, por outro lado, consideram a decisão do STF como um marco para a democracia. A condenação é vista como resultado de um processo legal que reafirma o papel das instituições na defesa do Estado Democrático de Direito. A proposta de anistia é rejeitada por esse grupo, que argumenta que não há espaço para perdão em casos que envolvem tentativa de ruptura institucional.
No Congresso Nacional, a proposta de anistia tem gerado debates intensos. Aliados do ex-presidente articulam um projeto que prevê perdão para os crimes relacionados aos atos antidemocráticos. A tramitação exige aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, além de sanção presidencial. Caso haja veto, o texto pode retornar ao Congresso para nova deliberação.
Setores da oposição acreditam que há apoio suficiente para aprovar a medida, enquanto parlamentares da base governista trabalham para barrar a iniciativa. A discussão sobre os limites constitucionais da anistia também está presente, com juristas e especialistas apontando que crimes contra a democracia não podem ser objeto de perdão legislativo.
No Senado, há articulações para um texto alternativo que exclua o ex-presidente da anistia e proponha ajustes na dosimetria das penas aplicadas aos demais réus. A proposta ainda está em fase de construção e enfrenta resistência de diferentes setores políticos.
A condenação de Bolsonaro e a reação dos parlamentares evidenciam a polarização política em torno dos eventos de 8 de janeiro. A discussão sobre anistia deve permanecer como pauta central no Legislativo nas próximas semanas, com impacto direto na relação entre os poderes e no cenário eleitoral.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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