Alexandre Padilha orienta população a não consumir bebidas em garrafas com rosca e anuncia novas medidas de enfrentamento
Ministério da Saúde registra 127 casos de intoxicação por metanol no Brasil
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou neste sábado (4) que o Brasil contabiliza 127 casos confirmados de intoxicação por metanol. Segundo ele, o número de casos confirmados se mantém estável, mas houve aumento nas notificações de suspeitas. Até o momento, 12 estados registraram ocorrências. O ministro fez o anúncio durante visita a Teresina, no Piauí.
Padilha recomendou que a população evite o consumo de bebidas alcoólicas nos próximos dias, principalmente destilados vendidos em garrafas com tampas de rosca. O alerta se deve à possibilidade de adulteração com metanol, substância altamente tóxica e imprópria para consumo humano.

“Nossa recomendação é evitar bebidas destiladas, sobretudo aquelas que a garrafa é feita com a rosca”, afirmou o ministro.
Ele acrescentou que não há registros de adulteração em bebidas comercializadas em latas ou em garrafas com tampas metálicas.
Governo adota medidas de enfrentamento
De acordo com o ministro, o governo federal está adotando medidas emergenciais para conter o avanço dos casos e garantir atendimento adequado às vítimas. O Ministério da Saúde identificou 604 farmácias de manipulação em condições de produzir o etanol farmacêutico, substância utilizada como antídoto sob prescrição médica.

Foram adquiridas 12 mil ampolas do etanol farmacêutico, que serão distribuídas aos Centros de Referência de Toxicologia em todo o país. Além disso, o governo comprou 2.500 tratamentos de Fomepizol, outro antídoto eficaz contra a intoxicação por metanol. A aquisição foi feita por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e os medicamentos devem chegar ao Brasil na próxima semana.
Orientações aos profissionais de saúde
Padilha também destacou a importância da notificação imediata pelos profissionais de saúde, tanto da rede pública quanto da privada, assim que houver suspeita de intoxicação. O registro precoce permite que os Centros de Toxicologia ofereçam suporte técnico e orientações sobre o cumprimento do protocolo do Ministério da Saúde.
Entre as medidas recomendadas estão a checagem de acidose metabólica, hidratação adequada do paciente, monitoramento cardíaco e o uso do etanol farmacêutico conforme prescrição. A notificação também ajuda a identificar o local de consumo e a origem da bebida, auxiliando as autoridades sanitárias na investigação.
O que é o metanol e como evitar riscos
O metanol é uma substância química usada como matéria-prima na fabricação de combustíveis e produtos industriais. Quando ingerido, pode causar intoxicação grave e até morte. Ele tem gosto levemente adocicado, semelhante ao do etanol, e não apresenta odor forte, o que dificulta sua identificação em bebidas adulteradas.

Para reduzir o risco de contaminação, o Ministério da Saúde orienta que a população:
- Verifique a origem da bebida e se o lacre da embalagem está intacto;
- Desconfie de preços muito abaixo do mercado e de pontos de venda informais;
- Rejeite embalagens com rótulos mal impressos, sem CNPJ, lote ou validade;
- Observe a cor, o cheiro e a consistência da bebida;
- Evite testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar o produto;
- Em bares e restaurantes, peça para que a bebida seja servida na frente do consumidor.
Sintomas e busca por atendimento
Os sintomas de intoxicação por metanol podem incluir náuseas, vômitos, dor abdominal, tontura e visão turva. Em muitos casos, esses sinais são confundidos com os de uma ressaca comum, mas tendem a ser mais intensos e rápidos.
O Ministério da Saúde reforça que qualquer pessoa que apresente sintomas após consumir bebidas suspeitas deve procurar atendimento médico imediato. A intervenção precoce é fundamental para evitar complicações graves e salvar vidas.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Tomaz Silva/Agência Brasil
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