Produtora ligada ao ministro da Secom foi contratada por agências da Caixa e Embratur sem licitação direta
Sócio de Sidônio Palmeira recebeu R$ 12 milhões em contratos de publicidade com estatais
Uma produtora de vídeo ligada a um sócio do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) recebeu R$ 12 milhões em contratos de publicidade com estatais nos últimos dois anos. Os valores foram pagos por meio de agências contratadas pela Caixa Econômica Federal e pela Embratur.
A produtora pertence a Francisco Kertész, sócio de Sidônio Palmeira em uma agência de comunicação criada para atuar em campanhas eleitorais. Embora Sidônio ainda conste no quadro societário, ele se afastou da administração da empresa ao assumir o cargo público.
As contratações foram realizadas por agências de publicidade que mantêm contratos com as estatais. Essas agências são responsáveis por selecionar produtoras para executar campanhas, com base em cotações de mercado. A produtora foi escolhida por apresentar os menores preços em processos de cotação.
Em um dos contratos, a produtora recebeu R$ 2,3 milhões por uma campanha sobre renegociação de dívidas. Parte do valor foi adicionado ao contrato original como complemento, sem nova cotação. A campanha incluiu a participação de um ator conhecido, cujo cachê foi pago separadamente pela estatal.
Outras campanhas foram realizadas para a Embratur, incluindo uma sobre afroturismo e outra com foco em realidade virtual. Ambas tiveram valores próximos a R$ 1,9 milhão cada.

O sócio da produtora realizou diversas visitas ao Palácio do Planalto, mas afirma que os encontros foram de caráter pessoal e não trataram de negócios da empresa.
A Secretaria de Comunicação Social afirma que não interfere na escolha de fornecedores terceirizados pelas agências contratadas. A aprovação das campanhas se limita à linha conceitual e à distribuição dos recursos, conforme normas técnicas e legais.
O ministro afastou-se das funções administrativas das empresas em que atuava antes de assumir o cargo, conforme exigido pela legislação. A Secom nega qualquer ingerência nas decisões de contratação das produtoras envolvidas nas campanhas publicitárias.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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