Mostra resgata trajetória de 51 nomes das artes visuais potiguares e valoriza o fazer das artes local no Palácio Potengi
Com obras inéditas, exposição Feito Potiguar alcança 3 mil visitantes
Em cartaz na Pinacoteca do Estado, a exposição “Feito Potiguar: Identidade e Memória das Artes Visuais do RN” já recebeu mais de 3 mil visitantes desde a sua abertura. A mostra tem atraído natalenses e turistas interessados em revisitar a trajetória das artes visuais potiguares — um percurso que se inicia no fim do século XIX e chega à produção contemporânea. Ao todo, 51 artistas são homenageados in memoriam no projeto, que é fruto da parceria entre o Sebrae-RN e o Conselho Estadual de Cultura.
Inspirada no programa Feito Potiguar, uma iniciativa do Sebrae-RN que valoriza o fazer local e os produtos de agronegócio, alimentos e bebidas ligados à economia e à identidade do Estado, a exposição propõe traduzir esse mesmo espírito no campo das artes visuais, em parceria com o Conselho Estadual de Cultura.
Segundo Rafael Sordi, profissional responsável pelo design expográfico da exposição, o objetivo foi criar uma experiência de aproximação do público com o fazer artístico. “A ideia foi tirar a arte do pedestal e trazê-la para a escala do corpo e da vida cotidiana”, explica.
Para isso, a montagem utiliza materiais populares e sustentáveis, como lona listrada de feira e madeira reaproveitada como suporte das obras, criando um ambiente que combina o rústico e o simbólico. Logo na primeira sala, o visitante é recebido por um mapa tridimensional do Rio Grande do Norte, criado e executado com esse elemento pela artista Angélica Martins, de São Gonçalo do Amarante, como convite à imersão .
“As bancadas expositivas, dispostas como corredores de feira, convidam o visitante a circular com liberdade, em meio a ritmos visuais que alternam verticalidade e horizontalidade. Os totens distribuídos ao longo do percurso introduzem tridimensionalidade e ajudam a orientar o olhar, criando pausas e reencontros no espaço. Tudo foi pensado para que o visitante se sinta parte da narrativa — não apenas espectador, mas participante de um gesto coletivo”, completa Campos.
Um passeio pela história da arte no RN
A mostra, que segue em cartaz até 30 de novembro, conta também com o apoio institucional do Governo do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Fundação José Augusto (FJA).
Com entrada gratuita, o público pode apreciar obras assinadas por nomes como Erasmo Xavier, Moura Rabello, Newton Navarro, Dorian Gray, Xico Santeiro, Maria do Santíssimo, Leopoldo Nelson, Zaíra Caldas e tantos outros. A curadoria de Manoel Onofre organiza as obras em quatro módulos temáticos.
“O primeiro, Poética Fundante, apresenta paisagens que vão do sertão ao litoral, registros de casarios e trabalhadores do campo e da pesca, além de figuras emblemáticas registradas pela primeira geração de artistas até meados de 1930. O segundo destaca elementos do folclore em homenagem à Câmara Cascudo, às tradições e à religiosidade”, detalha Manoel Onofre.
O módulo Natureza Viva celebra a fauna e a flora locais, com destaque para o caju, símbolo maior do Estado. “Por fim, o Feito Feminino exalta as artistas mulheres, pioneiras que se afirmaram mesmo diante das limitações de uma sociedade machista e excludente”, acrescenta.
A exposição também presta tributo a dois nomes marcantes da arte potiguar: Célia Albuquerque, da primeira turma de Artes Visuais do RN, e Vatenor, o “pintor dos cajus”, ambos falecidos recentemente.
Visitas mediadas e agendamento escolar
Além de reunir obras e memórias, a exposição Feito Potiguar também cumpre um papel educativo. Estudantes e professores podem participar de visitas mediadas gratuitas, que transformam a mostra em uma verdadeira sala de aula. Os agendamentos podem ser feitos pelo telefone (84) 99127-2625.
A visitação segue o horário da Pinacoteca do Estado, no Palácio Potengi (Praça Sete de Setembro, Cidade Alta): de terça a sexta, das 8h às 16h, e sábados e domingos, das 9h às 16h.
Foto: Divulgação
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