Aliados da governadora Fátima participam de ato que pede o fim da Polícia Militar

Aliados da governadora Fátima participam de ato que pede o fim da Polícia Militar

Editorial POR DENTRO DO RN

É difícil acreditar, mas aconteceu: políticos e militantes de esquerda, incluindo aliados da governadora Fátima Bezerra (PT), participaram de um protesto em Natal que pedia o “fim da Polícia Militar”. O ato, realizado em frente ao Midway Mall, na quinta-feira (31), foi uma reação à megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de 100 mortos – a maioria, integrantes de facções criminosas.

O que deveria ser uma manifestação em defesa dos direitos humanos se transformou em um desserviço à sociedade e um deboche com as vítimas da criminalidade. Afinal, como pedir o fim da PM justamente em um país assolado pela violência?

Entre os presentes, estavam parlamentares federais e municipais, todos do PT. Embora não tenham se pronunciado publicamente durante o evento, a simples presença deles, que representam a base política da governadora, passa uma mensagem política perigosa: a de que parte do grupo governista apoia ou relativiza a luta contra o crime.

E isso ocorre enquanto o Rio Grande do Norte enfrenta uma crise de segurança pública, marcada pelo avanço do tráfico de drogas, facções cada vez mais organizadas e a escalada de crimes violentos. Basta lembrar os episódios de terror vividos em 2023, quando facções criminosas incendiaram ônibus e atacaram prédios públicos. A resposta do Estado foi tardia, confusa e insuficiente.

Diante desse cenário, é inacreditável que representantes da classe política potiguar gastem energia em atos que vilanizam a Polícia Militar – justamente a instituição que mais se arrisca para proteger a população.

A operação no Rio de Janeiro, que motivou o protesto, foi considerada uma das maiores ações de combate ao tráfico nos últimos anos. A polícia enfrentou criminosos fortemente armados, que controlavam territórios e impunham medo a comunidades inteiras. É claro que toda morte é lamentável, e que excessos precisam ser investigados. Mas equiparar a ação da PM a uma chacina deliberada, como tenta fazer parte da militância, é ignorar a realidade do crime organizado no país.

É curioso como alguns setores da esquerda defendem o “fim da PM”, mas se calam diante da morte de inocentes, das execuções promovidas por traficantes ou do terror imposto às famílias reféns do crime. Há uma seletividade moral gritante: quando a violência parte do Estado, protestam; quando parte dos bandidos, silenciam.

Mais grave ainda é o impacto político desse tipo de posicionamento. Ao se alinharem a pautas tão desconectadas do sentimento popular, figuras como os políticos que participaram do ato reforçam a percepção de que o PT e seus aliados perderam a conexão com a realidade das ruas.

Enquanto o cidadão comum teme ser assaltado ao andar na rua, parte da classe política prefere defender “o fim da PM” – e não o fim do crime.

No momento em que o Rio Grande do Norte tenta reconstruir sua credibilidade na segurança pública, é lamentável ver aliados da governadora Fátima Bezerra se aproximando de um discurso tão irresponsável e utópico. A sociedade não quer o fim da polícia; quer uma polícia mais preparada, mais valorizada e mais eficiente.

O que o povo potiguar – e brasileiro – precisa é de líderes que defendam a lei e a ordem, e não que romantizem a criminalidade. O verdadeiro inimigo da democracia não é a Polícia Militar, mas o tráfico, a corrupção e a omissão de quem deveria proteger o cidadão.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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