Lula defende investigação da PF sobre mortes em operação no Rio de Janeiro

Lula defende investigação da PF sobre mortes em operação no Rio de Janeiro

Presidente afirma que ação policial nos complexos da Penha e do Alemão foi uma “matança” e pede atuação da Polícia Federal

Lula defende investigação da PF sobre mortes em operação no Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, na terça-feira (4), a atuação da Polícia Federal (PF) nas investigações sobre as 121 mortes registradas durante a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A operação ocorreu na semana anterior e resultou na morte de 117 suspeitos e quatro policiais.

Durante encontro com jornalistas estrangeiros em Belém (PA), onde participa da COP30, Lula afirmou que a ação policial foi uma “matança” e destacou a necessidade de apuração rigorosa dos fatos. Segundo o presidente, há divergências nas versões apresentadas pelas autoridades estaduais e pela polícia, o que reforça a importância da participação da PF no processo investigativo.

Lula mencionou que o governo federal está buscando formas de incluir legistas da Polícia Federal na investigação das mortes ocorridas durante a operação. O objetivo é garantir que os procedimentos periciais sejam realizados por órgãos independentes, considerando que muitos corpos foram enterrados sem perícia externa.

Lula defende investigação da PF sobre mortes em operação
Lula defende investigação da PF sobre mortes em operação

A operação foi autorizada judicialmente para o cumprimento de mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), organização criminosa que atua no tráfico de drogas. Lula ressaltou que a decisão judicial não previa ações letais, e que é necessário esclarecer as circunstâncias em que as mortes ocorreram.

O presidente também criticou a condução da operação sob o ponto de vista da atuação estatal. Para ele, embora alguns possam considerar o número de mortes como um indicativo de sucesso, a operação foi desastrosa em termos de responsabilidade do Estado.

No dia 30 de outubro, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou o envio de 20 peritos criminais da Polícia Federal ao Rio de Janeiro. Os profissionais atuarão na análise de locais de crime, balística, genética forense, medicina legal, exames de necrópsia e identificação de corpos. A medida visa reforçar os trabalhos de segurança pública e contribuir para a elucidação dos fatos.

Além da atuação nacional, o governo dos Estados Unidos enviou uma carta ao secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, colocando-se à disposição para colaborar no combate ao tráfico de drogas. O documento, assinado por James Sparks, do Departamento de Justiça dos EUA, elogiou a atuação das forças de segurança e lamentou a morte dos quatro policiais durante a operação.

Em resposta, o governo do estado do Rio de Janeiro, liderado por Cláudio Castro, solicitou formalmente à administração norte-americana que o Comando Vermelho seja classificado como organização terrorista e sancionado pela Casa Branca. A solicitação foi encaminhada ao governo de Donald Trump.

O governo federal, no entanto, posicionou-se contra a classificação de facções criminosas como organizações terroristas. A justificativa apresentada é o desalinhamento com a legislação brasileira, que não prevê esse tipo de enquadramento para grupos ligados ao narcotráfico.

A operação nos complexos da Penha e do Alemão continua sendo alvo de debates entre autoridades federais e estaduais, com divergências sobre os métodos utilizados e os resultados obtidos. A participação da Polícia Federal nas investigações busca trazer maior transparência e rigor técnico à apuração dos fatos.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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