Foi um golpe executado com frieza cirúrgica. Nos bastidores da política de Extremoz, o presidente da Câmara, Anderson Barbosa, e o vice-prefeito de São Gonçalo do Amarante montaram uma operação que deixou aliados atordoados e, de quebra, recolocou São Gonçalo no controle das articulações locais.
Primeiro movimento: derrubar a irmã da prefeita Jussara Sales, Geane Sales, que presidia o PL em Extremoz e era o nome natural do partido para a disputa de uma vaga na Assembleia Legislativa. Segundo ato: tirar de circulação o próprio Ney Lima, esposo da prefeita, que já vinha costurando apoios e se preparando para a eleição de 2026.

Tudo, claro, com aquela velha habilidade de quem joga o xadrez político de olhos fechados. Fontes garantem que o projeto original do PL era fortalecer a base da prefeita. Mas bastou Anderson Barbosa entrar em cena para o roteiro mudar completamente. Sob sua influência, o nome de Ney Lima passou a ser trabalhado — até que, por trás das cortinas, o grupo de São Gonçalo, trazido por Anderson e pelo vice-prefeito de lá, começou a agir pelas costas de Ney.
Enquanto ele acreditava estar consolidando sua candidatura, o verdadeiro projeto era outro: ressuscitar Teresinha Maia, cujo mandato é considerado por muitos um dos mais desastrosos da região.
E o plano funcionou. Ney Lima recuou, Teresinha voltou à cena – e São Gonçalo voltou a colocar os pés (e as mãos) na política de Extremoz.
Nos bastidores, a leitura é unânime: Anderson Barbosa montou um plano infalível. Fez todo mundo trabalhar por ele e, no fim, saiu com duas vitórias — afastou possíveis rivais e ainda abriu caminho para os próximos capítulos da sua própria trajetória política.
Porque, convenhamos: em Extremoz, ninguém dá um golpe desses à toa.
Fotos: Divulgação
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