Defesa de Gabriel Negreiros afirma que operação da PF cumpriu apenas mandado de busca em sua residência
Polícia Federal cumpre mandado na casa de Gabriel Negreiros em nova fase da Operação Sem Desconto
A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (13), um mandado de busca e apreensão na residência de Gabriel Negreiros, tesoureiro da Confederação Brasileira de Pensionistas e Aposentados (CBPA), localizada em Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal. A ação integra a nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em todo o país pela Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
A operação tem como objetivo apurar um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Segundo as investigações, o grupo atuava em nível nacional, envolvendo entidades e associações de várias categorias profissionais.

De acordo com informações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Gabriel Negreiros teria sido citado em delações que apontam repasses milionários, supostamente ligados ao esquema. Ele é investigado por suposto recebimento de valores que podem chegar a R$ 5 milhões e por vínculos institucionais com o presidente da CBPA, Abraão Lincoln.
Ainda segundo a CPMI, os nomes de ambos apareceram após vir à tona que Gabriel é padrinho do neto de Abraão Lincoln, embora este tenha afirmado que mantém apenas uma “relação institucional” com o tesoureiro da confederação.
Operação investiga crimes previdenciários e lavagem de dinheiro
A Operação Sem Desconto é resultado de uma investigação da Polícia Federal que envolve entidades representativas e associações em 15 estados, além do Distrito Federal. No total, foram 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva, além de outras medidas cautelares.
Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção, inserção de dados falsos em sistemas públicos, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. As ações foram concentradas em diversos municípios e buscam desarticular um esquema de cobrança de contribuições não autorizadas de aposentados e pensionistas em folha de pagamento.
De acordo com a PF, os valores retidos indevidamente eram direcionados a contas de associações e sindicatos que teriam sido utilizados como fachada para movimentações financeiras ilícitas.
Defesa nega irregularidades e diz que busca foi apenas procedimento pontual
A defesa de Gabriel Negreiros divulgou nota oficial à imprensa após o cumprimento da medida, esclarecendo que a ação da Polícia Federal se restringiu à execução de um mandado de busca em sua residência e que nenhuma outra medida cautelar foi determinada contra o investigado.

Segundo os advogados, o procedimento ocorreu de forma pacífica e colaborativa, com duração inferior a 20 minutos, e está relacionado exclusivamente à atuação institucional de Negreiros na CBPA.
Confira a íntegra da nota divulgada pela defesa:
NOTA À IMPRENSA
Em razão das notícias veiculadas sobre a operação da Polícia Federal denominada “Sem Desconto”, deflagrada na data de hoje em diversos estados da federação, a defesa de Gabriel Negreiros vem a público prestar esclarecimentos.
Informamos que, nesta manhã, foi cumprido apenas um mandado de busca na residência de Gabriel Negreiros, diligência referente exclusivamente à sua atuação institucional junto à Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).
Ressaltamos que a medida foi cumprida de forma totalmente pacífica e colaborativa, com duração inferior a 20 (vinte) minutos, e esclarecemos ainda que inexiste qualquer outra medida cautelar determinada em desfavor de Gabriel Negreiros.
Por fim, reiteramos que Gabriel Negreiros sempre se colocou à disposição para colaborar com toda a apuração investigativa. Essa postura permanece inalterada, ainda que a defesa, até o presente momento, não tenha tido acesso aos autos da investigação.
Flaviano Gama e Advogados
Operação nacional da PF e CGU
A Operação Sem Desconto tem alcance nacional e investiga fraudes em descontos não autorizados sobre benefícios previdenciários. As apurações indicam que dados de segurados do INSS eram utilizados para realizar débitos em folha sem consentimento, por meio de entidades que se apresentavam como associações ou sindicatos de servidores e aposentados.
As ações de busca e apreensão têm como objetivo coletar provas e documentos que possam comprovar a existência de um esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro. A investigação segue em andamento sob sigilo judicial.
Fotos: Reprodução
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