Sertão e misticismo guiam nova mostra de AZOL em Natal

Sertão e misticismo guiam nova mostra de AZOL em Natal

Artista apresenta visão abstrata do sertão contemporâneo com experiências sensoriais e peças 3D; abertura acontece em 10 de dezembro

Sertão e misticismo guiam nova mostra de AZOL em Natal

A partir do dia 10 de dezembro, a Pinacoteca Potiguar, localizada no Palácio Potengi, recebe a exposição “Reinos do Imaginário”, o novo projeto do artista potiguar AZOL, que explora  o sertão nordestino com novas técnicas. Famoso por suas pinturas e fotografias, com peças tridimensionais em madeira, barro, metal, porcelana, tapeçaria e mobiliário sob uma ótica mística e de inspiração medieval. A programação terá entrada gratuita ao público.

Dividida em quatro módulos, a exposição articula pintura, objetos, escultura e instalação. Cada etapa possui uma cor, um aroma e uma trilha sonora específica que constroem atmosferas com o objetivo de traduzir a invenção de um sertão moderno. São eles o Reino do Encoberto, Reino do Silêncio Ardente, Reino da Cruz Errante e o Reino do Chão das Promessas.

AZOL conta que a ideia surgiu em estudos para sua última exposição, O Sertão Virou Mar, em 2022. Mas foi em viagens recentes, no ano de 2024, que o artista intensificou sua construção de elementos gráficos inspirados na arquitetura sertaneja. Ao perceber que as casas do interior nordestino, representadas de maneira fragmentada, lembravam coroas surgiu a ideia de colocar um elemento humano, um perfil, um nariz, um olho, de forma expressionista abstrata. 

“Ao ampliar isso, surgiu a figura do rei e da rainha com traços do fenótipo indígena e afrodescendente como uma ferramenta de fortalecimento dessa identidade, somada a essa ideia monárquica de reinos que simbolizam uma verdadeira mitologia”, relata.

O artista percorreu cerca de 3 mil quilômetros coletando depoimentos e memórias das expressões populares de fé e simbologias, como o movimento religioso masculino Penitentes do Crato. As cidades de Canudos (BA), São 

José do Belmonte (PE), onde está localizado o ponto de peregrinação da Pedra do Reino que inspirou Ariano Suassuna, e o Cariri cearense foram visitados e todos os registros foram alicerce para criar os Reinos do Imaginário que segmentam a exposição.

Responsável pela curadoria da mostra, Manoel Onofre destaca que “em cada obra, reverbera o eco de um tempo que não passa, mas pulsa — onde o invisível é matéria, o sagrado é gesto e a memória, território vivo”. 

“Reinos do Imaginário se firma, assim, como um convite à travessia interior: um percurso simbólico por entre ruínas de fé, fragmentos de mitos e promessas de futuro, onde a arte se torna ferramenta de encantamento, reconexão e permanência”, avalia.

Entre os destaques da exposição que poderá ser visitada pelo público a partir de dezembro, está uma instalação modular em madeira que remete a um castelo, cujos nichos abrigam diferentes cabeças de reis, somado a tronos, totens, ex-votos e um gazebo que simboliza a divisão entre os reinos. Outra peça que promete chamar atenção é inspirada nas cúpulas do Castelo de Zé dos Montes, cartão postal do município de Sítio Novo (RN). 

A exposição Reinos do Imaginário conta com apoio institucional do Governo do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Fundação José Augusto (FJA), que administram o Palácio Potengi, onde está instalada a Pinacoteca do Estado.

Fotos: Divulgação

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