Ministro cita derrota de Jair Bolsonaro em 2022 e afirma que governo espera repetir o resultado contra o filho.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, comentou nas redes sociais o anúncio de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como nome escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para disputar a Presidência da República em 2026. A fala ocorreu após o senador confirmar que recebeu do pai a missão de representar o bolsonarismo na eleição nacional.
Ao se manifestar, Boulos ironizou o anúncio. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotou Jair Bolsonaro na eleição de 2022 e que o governo pretende alcançar o mesmo resultado contra o filho na próxima disputa. O ministro também retomou um episódio envolvendo Flávio durante a campanha municipal de 2016, quando o senador passou mal durante um debate da TV Band no Rio de Janeiro. “Só não vai desmaiar no debate, @FlavioBolsonaro”, escreveu.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
O caso citado ganhou repercussão à época. Flávio Bolsonaro era candidato à prefeitura do Rio quando desmaiou enquanto respondia a uma pergunta. Ele foi amparado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB), que posteriormente se afastou após declarações de Jair Bolsonaro afirmando que “comunista não tocaria” em seu filho. A equipe de Flávio atribuiu o mal-estar a uma intoxicação alimentar.
A manifestação de Boulos ocorre no mesmo dia em que o senador confirmou publicamente ter sido escolhido pelo ex-presidente para liderar o projeto político da família na disputa pelo Planalto. Em publicação nas redes sociais, Flávio afirmou que assume a tarefa com “grande responsabilidade” e que pretende dar continuidade ao “projeto de nação” iniciado por Jair Bolsonaro, que está preso desde setembro na sede da Polícia Federal em Brasília.
A escolha de Flávio representa a primeira vez em que Jair Bolsonaro indica de forma explícita um membro da própria família para sucedê-lo politicamente. Até então, o grupo mantinha indefinição sobre quem ocuparia o espaço da direita alinhada ao bolsonarismo na eleição presidencial. O anúncio também ocorre em meio às recentes movimentações de partidos e lideranças que já iniciam articulações para 2026.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
No PL, a expectativa é que Flávio Bolsonaro assuma uma atuação nacional para tentar reunir aliados e manter mobilizada a base eleitoral tradicional do pai. O senador deve participar de agendas interestaduais e encontros com dirigentes regionais. A estratégia envolve buscar apoio de nomes que tradicionalmente dialogam com o campo político em que o bolsonarismo está inserido.
Entre as lideranças que já manifestaram apoio ao senador estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. Ambos integram grupos políticos que mantiveram proximidade com o ex-presidente nos últimos anos e são considerados peças importantes na organização das alianças para 2026.
O anúncio da pré-candidatura ocorre enquanto Jair Bolsonaro permanece detido em Brasília. Desde a prisão preventiva, o ex-presidente limita sua comunicação a visitas autorizadas e interações controladas. Flávio tem desempenhado papel central na interlocução com aliados e com a direção do PL, o que contribuiu para sua escolha como representante na disputa presidencial.
A reação de Boulos acrescenta um novo elemento ao debate em torno da pré-candidatura. O ministro integra o governo Lula e direcionou sua fala a um dos principais nomes da oposição para 2026. A disputa eleitoral, contudo, permanece em fase inicial, e demais lideranças políticas ainda articulam apoios e estratégias para o próximo ciclo eleitoral.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil / Bruno Peres/Agência Brasil
Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.







