Guarda Costeira acompanha petroleiro sob sanções e com ordem judicial de apreensão
A Guarda Costeira dos Estados Unidos está perseguindo um petroleiro em águas internacionais próximas à Venezuela, segundo informações repassadas por autoridades norte-americanas à agência Reuters neste domingo (21). Caso a operação resulte na apreensão da embarcação, será a segunda ação desse tipo no fim de semana e a terceira em menos de uma semana, de acordo com os relatos oficiais.
De acordo com uma autoridade dos Estados Unidos, a embarcação integra uma frota sancionada que estaria envolvida em evasão ilegal de sanções impostas à Venezuela. Segundo essa fonte, o petroleiro opera sob bandeira falsa e está sujeito a uma ordem judicial de apreensão. As informações foram prestadas sob condição de anonimato.
Outra autoridade norte-americana confirmou que o navio está sob sanções, mas informou que a embarcação ainda não havia sido abordada até o momento da divulgação das informações. Segundo essa fonte, interceptações marítimas podem ocorrer de diferentes formas, incluindo aproximação por embarcações ou monitoramento aéreo, sem a necessidade imediata de abordagem direta.
As autoridades não informaram a localização exata da operação, nem divulgaram o nome do petroleiro que está sendo perseguido. Também não foram fornecidos detalhes adicionais sobre a carga transportada ou o destino final da embarcação.
Procurada para comentar a operação neste domingo, a Casa Branca não respondeu aos questionamentos até a última atualização da reportagem.

A ação ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na semana passada um “bloqueio” a todos os navios petroleiros sob sanções que entram ou saem da Venezuela. A medida faz parte de uma estratégia mais ampla de pressão econômica e diplomática sobre o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Desde o anúncio do bloqueio, os Estados Unidos ampliaram a presença militar na região, segundo informações oficiais, e realizaram mais de duas dezenas de ataques militares contra embarcações no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe, em áreas próximas ao território venezuelano. De acordo com os dados divulgados, pelo menos 100 pessoas morreram em decorrência dessas ações.
Os dois primeiros petroleiros apreendidos nas operações recentes estariam fornecendo petróleo a países também submetidos a sanções internacionais, conforme informou Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, em entrevista concedida no domingo a um programa de televisão norte-americano.
Segundo Hassett, as apreensões não devem provocar impacto significativo nos preços do petróleo nos Estados Unidos, uma vez que envolvem um número restrito de embarcações. Ele afirmou que os navios apreendidos operavam fora do mercado formal, em circuitos não autorizados.
Apesar dessa avaliação, analistas do setor energético consultados pela Reuters indicaram que as apreensões podem ter reflexos no mercado internacional. Um negociador de petróleo ouvido pela agência afirmou que os preços da commodity podem registrar leve alta na abertura do mercado asiático, diante da percepção de risco associada à possível redução da oferta de barris venezuelanos.
Outro analista apontou que as ações dos Estados Unidos tendem a aumentar os riscos geopolíticos e a intensificar o controle sobre a frota de navios que transportam petróleo de países sob sanções, como Venezuela, Rússia e Irã. Segundo essa avaliação, as apreensões podem gerar maior atrito operacional para embarcações que atuam nesse mercado.
Ainda de acordo com análises citadas pela Reuters, a produção de petróleo da Venezuela e do Irã já apresenta sinais de desaceleração, e a expectativa é de que o mesmo ocorra com a produção russa. Com o aumento dos custos logísticos e das restrições operacionais, o petróleo proveniente de países sancionados tende a ser comercializado com descontos maiores, o que pode limitar oscilações mais acentuadas nos preços internacionais de referência.
Foto: Molly Riley / Joyce N. Boghosian
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