Assessor parlamentar do deputado bolsonarista General Girão (PL), Rodrigo do Nascimento da Silva, o Rodrigo Maker, começou uma briga com outros estudantes na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na noite da segunda-feira (16.mai.2022), após arrancar uma faixa colocada no Setor 2 pelo grupo Juventude Faísca Revolucionária.
Ele se denomina Rodrigo Maker, cursa Jornalismo, ironiza o racismo e apesar de bradar contra ações afirmativas, conseguiu ingressar na universidade, em 2016.2, graças à política de cotas. Rodrigo concorreu a uma vaga com candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda, que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas.
Ele também é servidor público e chegou a fazer publicação no Facebook mostrando a nomeação no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), em dezembro de 2017; foi convocado para o cargo de Técnico em Audiovisual. “(…) graças ao meu bom Deus não precisei recorrer a algo que limita minha capacidade pela etnia racial”, escreveu.
Rodrigo trabalha com Girão desde 2018. Como assessor parlamentar (clique aqui para ver), desde outubro de 2020. Atualmente, o salário bruto com auxílios soma mais de R$ 7.300 por mês. Também está participando como convidado do programa Meio Dia RN, da 96 FM, com o par Bruno Giovanni na bancada.
Ataque a movimento estudantil
A frase de Karl Marx “Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista” foi o que despertou a ira de Rodrigo. Ele aproveitou o horário das aulas – quando há pouco movimento no corredor – para arrancar a faixa. Apesar da provocação e de se fazer de vítima ao dizer que foi empurrado, Rodrigo foi quem demonstrou agressividade quando abordado para que devolvesse a faixa, conforme mostra o vídeo.
Membro do grupo Faísca, o estudante do 3º período licenciatura em Ciências Sociais da UFRN Ítalo Gimenes conta como tudo aconteceu e diz que a faixa foi recolocada: “A gente achou um absurdo o que tava acontecendo. Foi uma tentativa clara de censura e perseguição às ideias do movimento estudantil. A gente não podia deixar passar. Fomos tentar retomar a nossa faixa e ele revidou, tentou me agredir, inclusive. Mas outros estudantes se juntaram e a gente conseguiu recuperar a faixa”.
Além da anterior, foi feita nova faixa pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFRN – Marielle Franco e um vídeo repudiando ataques da extrema direita na universidade. De acordo com o estudante, Rodrigo Maker argumentou ter direito de retirar o material porque também estuda na instituição. No momento do episódio, a gestão do Centro Acadêmico convidava os colegas para reunião e depois acabaram voltaram a passar nas salas de aula alertando sobre a necessidade de fortalecer a unidade dos estudantes contra esses ataques.
Com informações de Isabela Santos e Mirella Lopes, no Portal Saiba Mais
Foto: Reprodução/Elias Medeiros
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