Taxas de embarque áereo no Aeroporto Aluízio Alves terão reajuste de 13,84%

Taxas de embarque áereo no Aeroporto Aluízio Alves terão reajuste de 13,84%

As taxas de embarque do aeroporto internacional governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, serão reajustadas em 13,84%, conforme mecanismo de atualização monetária previsto no contrato de concessão. O anúncio foi feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A portaria que reajusta os tetos tarifários foi publicada na segunda-feira (30) no Diário Oficial da União (DOU). Os novos valores só poderão ser praticados 30 dias após a divulgação. O reajuste tarifário, segundo anunciado, tem por objetivo preservar o equilíbrio econômico-financeiro estabelecido nos contratos de concessão.

Com a alteração dos valores, as taxas de embarque doméstico, únicas pagas pelos passageiros, passarão de R$ 37,20 para R$ 42,35. Por sua vez, as taxas de embarque internacional, que hoje têm o seu teto em R$ 65,86, em 30 dias, passarão para R$ 74,97.

Nem todos os empresários do setor do turismo receberam o reajuste da mesma forma. Abdon Gosson, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RH), criticou a correção. “Qualquer aumento de preço não é bem-vindo, para qualquer setor. Ele sempre vai prejudicar a venda”. Em maio, o Estado teve uma média de 38,4% na ocupação hoteleira, uma leve melhora em relação ao mesmo período do ano passado. Naquela época, os leitos ocupados responderam por 34,4% do total disponível. Mas, com o reajuste, as perspectivas não são positivas. “Natal é o destino mais caro do Nordeste, aí vem mais um aumento das taxas de embarque. É mais barato para qualquer turista vim de qualquer lugar do Brasil para Recife, João Pessoa e Fortaleza. Menos para Natal”, disse ele.

Já Michelle Pereira, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Norte (ABAV-RN), diz que a tarifa não vai causar impacto na vinda de turistas ao Estado. “Quando você vê um percentual em torno de 14%, todo aumento é ruim, mas não impacta porque é um valor que não vai interferir no planejamento de uma viagem”, afirma.

Neste mês, a Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur) divulgou seu mais recente Boletim de Inteligência. O levantamento foi realizado com visitantes durante a alta estação, e abarcou a Grande Natal, Tibau do Sul e São Miguel do Gostoso.

Os dados da empresa revelam que os turistas hospedados em hotéis são os que apresentam o maior gasto médio diário. Essa fatia de visitantes gasta R$ 572. Enquanto isso, hóspedes em pousadas e chalés utilizam em média R$ 373, e os visitantes em casas de parentes e amigos são mais comedidos: o gasto dessa parcela de turistas é de R$ 219.

Por isso, de acordo com Pereira, é preciso olhar para o valor numérico. “Um aumento de cinco reais é um valor que não vai fazer diferença para o nosso passageiro. Eles não deixam de viajar por isso”, aponta. Ao contrário do setor hoteleiro, que vê prejuízo nos negócios, a empresária se vê animada com o cenário de agenciamento de viagens. “As agências ganharam uma força muito grande em relação ao pós pandemia, então os clientes estão procurando as agências para fazer o planejamento das viagens. Agora em julho, todas as companhias aéreas estão com voos extras. As pessoas estão ávidas por viajar novamente”, comemora.

Gosson, porém, diz que o aumento prejudica drasticamente o turismo, “a indústria que mais gera emprego no Rio Grande do Norte”. O dirigente da ABIH reclama de barreiras que vê na área. “A gente vive perdendo [turistas] todos os dias. O maior entrave é o preço da passagem aérea. Principalmente depois da pandemia, a gente tem feito um trabalho muito bem feito do destino turístico, o governo tem feito divulgação. Mas a realidade dos números são essas”, relata.

Para ele, os empresários da área “infelizmente” têm que acatar as determinações nacionais da aviação. “São mais de 120 mil pessoas que dependem diretamente do turismo. Se a gente colocar os empregos indiretos e terceirizados, dá em torno de 250 a 300 mil pessoas no Rio Grande do Norte. Ou seja, é a maior indústria geradora de empregos. Prejudica drasticamente essa indústria”, reclama.

Demanda de passageiros cresce 64% em 2022

Nos primeiros quatro meses de 2022, o Aeroporto de Natal teve um aumento de 64% no número de passageiros em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Monitoramento de Ruído Aeronáutico, divulgado pelo próprio aeroporto. Foram 758.026 passageiros no primeiro quadrimestre deste ano, contra 488.703 em igual período de 2021.

A imensa maioria dos viajantes foi proveniente de voos domésticos, realizados dentro do Brasil. Neste ano, 97,9% das pessoas chegaram à capital potiguar vindas de outros Estados do país. Pouco mais de 742,6 mil passageiros domésticos pousaram no RN, e cerca de 15,4 mil de voos internacionais.

Já em 2021, com o quadro da pandemia da covid-19 mais agravado e voos de outros países restritos, o Rio Grande do Norte recebeu 488.597 viajantes com origem em outro Estado. Além destes, apenas 106 vieram de outro país.

Com informações da Tribuna do Norte
Foto: Reprodução

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