Natal e os seus 423 anos de história

Natal e os seus 423 anos de história

Por Valéria Araújo – especial para o POR DENTRO DO RN

A capital potiguar ainda guarda praças, fachadas e monumentos que falam por si só

Pensar em Natal é quase sempre sinônimo de sol, mar e ginga com tapioca. Mas há muito a ser conhecido além dessa tríade, sem que seja feito muito esforço. Neste domingo de Natal, onde a capital potiguar completa 423 de muita vida e histórias, a nostalgia paira no ar. Tanto pelo clima de final de ano quanto pela importância social, cultural e econômica que a data carrega. E nada melhor do que contar um pouco da história dessa cidade, que desde sempre acolheu os norteriograndenses, sem precisar ir muito longe para isso.

Apesar de alguns historiadores dizerem que ela “vira as costas para a sua história”, Natal ainda guarda praças, fachadas e monumentos que falam por si só. São prédios residenciais, institucionais e comerciais que presenciaram todas as mudanças do tempo como revoluções, guerras, sonhos, riqueza e pobreza, onde é possível conhecer detalhes, sórdidos ou não, da terra de Câmara Cascudo, Newton Navarro, Dorian Gray.

Praça André de Albuquerque

Não se pode falar em Natal sem começar do início. A atual praça André de Albuquerque (que inicialmente foi Praça da Matriz), em Natal, corresponde ao ponto da fundação da Cidade, ocorrida a 25 de dezembro de 1599, durante uma missa. Em 1988 recebeu o nome atual, em homenagem ao potiguar que lutou na Revolução Pernambucana, em busca da Independência do Brasil. Após várias reformas ao longo dos anos, a praça perdeu várias das suas características originais e hoje tem como maior serventia o estacionamento de carros no seu entorno.

Praca Andre de Albuquerque

Palácio da Cultura do RN

Com obra iniciada em 1866 a inauguração do Palácio Potengi aconteceu em 17 de março de 1873. Em meados do século XIX, funcionavam no local a Assembleia Legislativa, no andar superior, e a Tesouraria Provincial, no andar térreo. De 1902 até 1996, o prédio serviu como sede do Governo do Rio Grande do Norte. Em estilo neoclássico, recebeu o nome de Palácio Potengi por meio de decreto em 1954. Hoje abriga a Pinacoteca do Estado.

Palacio da Cultura do RN

Memorial da Justiça

Foi construído entre 1910 e 1912 para ser a residência do médico e ex-deputado Afonso Moreira de Loyola Barata. Funcionou ainda, na década de 1960, como Hotel Majestic. Em 2007, foi restaurado para receber o Memorial da Justiça Desembargador Vicente de Lemos, que dá nome ao local. Um fato interessante é que o prédio tem teto de zinco vindo da Suíça, as grades de ferro batido vieram da França e o piso importado de Riga, capital da Letônia. O casarão é o único registro em estilo “art nouveau” existente no Rio Grande do Norte.

Memorial da Justica

Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte

Foi construído para abrigar o próprio Instituto em 1906, uso que permanece até os dias de hoje, apesar de já ter sido utilizado pelo Supremo Tribunal de Justiça do Estado. O IHGRN, a entidade cultural mais antiga do Rio Grande do Norte. tem em seu acervo esculturas, adereços, artefatos, telas, retratos, fotografias, documentos e livros, fruto de doações à instituição, que contam grande parte da história da cidade e do RN.

Instituto Historico e Geografico do Rio Grande do Norte

Museu Café Filho

Chamado de Sobradinho e também de Véu de Noiva, pela forma em declive acentuado de seu telhado, foi construído no século XIX, entre 1816 e 1820, por José Alexandre de Melo. Foi a primeira construção assobradada de propriedade particular em Natal. Em março de 1979, foi criado o Museu Café Filho, para preservar e divulgar aspectos biográficos e informações sobre a vida política do presidente João Fernandes Campos Café Filho.

Museu Cafe Filho

Palácio Felipe Camarão

Foi construído no ano de 1922, pelo arquiteto Miguel Micussi, sendo inaugurado no mesmo ano no dia 7 de setembro, marcando o Centenário da Independência do Brasil, na administração do governador Antônio José de Melo e Souza (1920-1924) e do intendente municipal Teodósio Paiva. A sede da Prefeitura recebeu o nome de “Palácio Felipe Camarão” através da Lei 359/A, de 1955, em homenagem ao índio Poti, que era o chefe dos Potiguares, tribo que habitava as margens do Rio Potengi.

Palacio Felipe Camarao

Solar Bela Vista

Foi o comerciante coronel Aureliano de Medeiros, proprietário da loja “Paris em Natal” e do Solar João Galvão, quem mandou construir essa residência, rodeada por jardins, com projeto dele mesmo. Finalizada na primeira década do século XX, nele foram empregados os melhores materiais, muitos vindos da Europa, como os vidros e os gradis de ferro.

Solar Bela Vista

Praça das Mães

Localizada no limite entre a Ribeira e Cidade Alta, a praça tem duas versões para o seu nome. De acordo com uma história, nela se reuniam as mães à espera de seus filhos, durante a Segunda Grande Guerra, entre os anos de 1939 a 1945. Já outra versão, o nome vem da existência de um busto, feito em mármore, pelo artista plástico Dorien Gray, uma mulher com o filho no colo. O busto foi trocado por um mosaico também do artista, simbolizando o amor de mãe e filhos. Em 2009, ganhou o nome de Praça das Mães Martha Salem em homenagem a sua moradora mais mais antiga, que também era professora de alemão e artista plástica.

Praca das Maes

A velha Ribeira de Guerra

“E porque a Ribeira? Ribeira porque a praça Augusto Severo era uma campina alagada pelas marés do Potengi. As águas lavavam os pés dos morros. Onde está o teatro Carlos Gomes tomava-se banho salgado em fins do século XIX. O português julgava estar vendo uma ribeira, como pensou enxergar um rio no Rio de Janeiro.” A explicação sobre a origem do segundo bairro mais importante de Natal é do historiador Câmara Cascudo. A Ribeira, por muito tempo, foi o principal reduto econômico e boêmio da cidade. E ainda conserva, apesar do descaso do poder público e cansaço do tempo, espaços que guardam a memória da cidade.

A velha Ribeira de Guerra

Teatro Alberto Maranhão: mais de cem anos de história

O teatro é um monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Norte, foi projetado pelo engenheiro José de Berredo e teve suas obras iniciadas em 1898, sob a direção do major Teodósio Paiva. Foi inaugurado no ano de 1904, sendo que na época, o teatro era denominado Carlos Gomes.

Teatro Alberto Maranhao mais de cem anos de historia

Grande Hotel

Foi inaugurado em 13 de maio de 1939 pelo governador do Estado, Rafael Gurjão, na Avenida Duque de Caxias com a Praça José da Penha. Com a proximidade do porto, e do aeroporto fluvial, com aviões que pousavam no Rio Potengi, o hotel era uma necessidade para aqueles que pousavam em Natal para fazer escalas para outros países, afinal, Natal era o ponto mais próximo para cruzar o Atlântico de avião para a África. Inclusive, essa proximidade que traz os americanos para a capital potiguar com o advento da Segunda Guerra.

Grande Hotel

A Samaritana

O casarão 232 da Rua Doutor Barata, na Ribeira, está em reforma. Um prédio imponente, que abrigou a loja de tecidos A Samaritana, com letreiro escrito em alto relevo na entrada do prédio, e que funcionou até a Segunda Guerra Mundial. Depois, o local se transformou em Lojas Paulistas. Com o declínio do comércio na Ribeira e a expansão dos bairros de Petrópolis e Tirol, o local virou um pensionato. O edifício de dois pavimentos foi erguido no ano de 1916, construído e projetado pelo proprietário pernambucano, Serquiz Elia, e deveráse tornar o Museu da Água do RN.

A Samaritana

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

MAIS LIDAS DO DIA

RN: 13° salário depende de verba federal Empate técnico na corrida presidencial 2026 Brava Energia participa do Mossoró Oil & Gas Energy Prefeitura divulga programação de shows do Natal em Natal 2024 Governo do RN inicia pagamento de novembro Ônibus do ABC Futebol Clube é penhorado Casas Bahia abre vagas para PCD no Nordeste São João em Natal: Edição 2024 será mais modesta, diz prefeito Pesquisa Prefeitura de Natal 2024: Carlos Eduardo lidera levantamento do Instituto Seta MPRN recomenda que governo do RN não aumente salários nem faça concursos para evitar colapso fiscal Midway Mall comemora 19 anos com sorteio de três BYD zero quilômetro e desfile de moda Neoenergia Cosern é criticada por quedas de energia no Réveillon
Pular para o conteúdo