Para fontes da segurança pública do RN, a motivação para os ataques segue sendo as cobranças por regalias nos presídios
Além das motivações e lideranças que coordenam os ataques no RN, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte investiga uma eventual parceria financeira da facção carioca Comando Vermelho (CV) com a facção potiguar Sindicato do Crime para o cometimento dos ataques. O delegado descartou ainda uma possível trégua entre a facção potiguar e o grupo paulista PCC.
“Quem tem financiado é o caixa da facção, em que os membros contribuem, e tem os caixeiros da organização. Tivemos uma prisão há cerca de 15 dias, de uma mulher que fazia parte dessa organização financeira. Todo dinheiro que arrecada vai para uma conta sob a custódia do caixeiro. Recebemos a informação de que o Comando Vermelho estaria emprestando cerca de R$ 200 mil para fortalecer o caixa deles e colaborar nos ataques”, investiga o delegado Luciano Augusto, diretor da Deicor-RN.
Em reportagem publicada na quinta-feira (16.mar.2023), o portal G1 apontou uma outra motivação como possibilidade para os ataques: transferências de líderes do SDC-RN para presídios federais. A reportagem também cita uma possível trégua entre PCC e SDC-RN, o que não foi identificado por profissionais ligados às investigações no Rio Grande do Norte.
Para fontes da segurança pública do Rio Grande do Norte, a motivação para os ataques segue sendo as cobranças por regalias nos presídios.
“Questionamos isso, inclusive aos membros que interrogamos, e eles dizem que é impossível essa união entre as facções pelas mortes que já ocorreram, de um lado e de outro. Chegou isso para nós, mas não confirmamos”, aponta o delegado Luciano Augusto, da Deicor.
Na última sexta-feira (17.mar.2023), uma força-tarefa envolvendo policiais civis, militares e federais, desarticulou uma organização criminosa que atuava no litoral sul potiguar. Investigações apontam prática de tráfico de drogas e assaltos. O grupo também é suspeito de envolvimento na morte de agentes da segurança pública. Mandados foram cumpridos e 18 pessoas foram presas. Um outro suspeito foi ferido em confronto, socorrido, mas não resistiu. Armas e drogas foram apreendidas.
A Operação Normandia identificou que a organização movimentava aproximadamente R$ 150 mil por mês com tráfico e assaltos. O dinheiro era repassado para José Kemps Pereira de Araújo (Alicate), 45 anos, preso por uma força-tarefa em janeiro por cumprimento de decisão judicial. Ele é apontado como um dos chefes e fundadores do Sindicato do Crime. Na última quarta-feira (14.mar.2023), Alicate, como é mais conhecido, foi transferido da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, para o Presídio Federal de Mossoró, por ser apontado como um dos mandantes dos ataques criminosos que vem ocorrendo no Estado.
Foto: Sandro Menezes/Governo do RN
Da Tribuna do Norte
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