Especialista aponta que elas matam mais do que a soma de todos os cânceres que afetam a população feminina acima dos 50 anos
Nesta quarta-feira (18) é celebrado o Dia Nacional do Médico e o Dia Mundial da Menopausa, data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Internacional de Menopausa (International Menopause Society – IMS) chamam atenção para que as mulheres se preparem para viver com mais qualidade de vida nessa nova fase. Todos os anos, essas instituições escolhem um tema para a data, e em 2023 são as doenças cardiovasculares.
“Quando os ovários da mulher entram em falência deixam de produzir o estrogênio, principal hormônio feminino, com isso, alguns efeitos ocorrem no organismo, como o desequilíbrio das gorduras, do colesterol bom em relação ao mau colesterol, além do surgimento de problemas na parede vascular. Então, essas mulheres ficam propensas a apresentar doenças cardiovasculares, sejam os infartos, sejam os acidentes vasculares cerebrais, os AVCs”, esclarece Técia Maranhão, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn).
No Rio Grande do Norte, a especialista acrescenta, a principal causa de morte entre mulheres acima de 50 anos são os AVCs. O levantamento foi feito há cerca de 10 anos, mas segue atual, de acordo com Técia Maranhão. “As doenças vasculares matam mais as mulheres do que a soma de todos os cânceres que afetam a população feminina nesta fase da vida”, aponta.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que cerca de 13,5 milhões de mulheres passam atualmente pelo climatério no país, período em que os ciclos menstruais começam a ficar irregulares, seguido do desaparecimento completo da menstruação. Tudo em consequência da queda da produção hormonal ovariana, decorrente da ausência de ovulação e ausência dos hormônios estrogênicos. O climatério é a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo e a menopausa representa a última menstruação da vida da mulher.
Os temidos sintomas tendem a provocar um impacto negativo sobre a qualidade de vida diária. E, como se não bastasse o mal estar, com eles também estão associadas doenças como as cardíacas e a osteoporose, esta última atinge 30% das mulheres após a menopausa. “Por isso é tão importante a mulher ter acesso a informações e acompanhamento médico para que possa encarar a menopausa e o climatério com mais segurança e tranquilidade”, orienta Técia Maranhão.
É no climatério, comumente também chamado menopausa, que diversas disfunções do organismo ocorrem na maioria das mulheres, como ondas de calor, ressecamento vaginal, mudança no aspecto da pele, queda de cabelo, falta de energia, insônia, assim como os distúrbios urinários. Doenças como a hipertensão arterial, obesidade, diabetes, hipotireoidismo, câncer de mama, ovário ou colorretal também surgem nesse período.
“Esta é uma fase natural na vida das mulheres, e os cuidados desde cedo podem amenizar os sintomas destas mudanças. A intensidade vai depender da qualidade de vida que essa mulher levou durante os quarenta anos que antecederam o climatério. É importante que mantenham bons hábitos como uma alimentação saudável, prática de atividades físicas, além de evitar álcool e cigarros”, aconselha a ginecologista.
Além disso, a especialista acrescenta, há também a indicação de reposição hormonal dependendo do caso, terapia que deve contar com o acompanhamento do médico, para que alcance o resultado esperado com a segurança que a mulher necessita. “Com informação e os cuidados necessários, os sintomas podem ser reduzidos e as doenças prevenidas, melhorando significativamente a qualidade de vida das mulheres”, orienta.
Foto: Divulgação
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