A audiência foi conduzida pelo juiz federal corregedor do presídio, Walter Nunes
Dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, capturados no Pará nesta quinta-feira (4.abr.2024), enfrentaram uma audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (5.abr), ao retornarem para a unidade prisional. A audiência foi conduzida pelo juiz federal corregedor do presídio, Walter Nunes.
O juiz corregedor dirigiu-se pessoalmente à penitenciária para interrogar os detentos. Conforme informado pela assessoria da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, o foco dos questionamentos foi sobre as circunstâncias da recaptura dos fugitivos, não tratando da manutenção ou relaxamento das prisões.
Durante o procedimento, o juiz Walter Nunes procurou esclarecer “se houve emprego de violência” ou se havia algum relato dos fugitivos sobre a recaptura, além de mencionar a necessidade de laudos de exame para verificar se houve lesões durante o processo de detenção.
Embora os laudos não tenham identificado lesões decorrentes da recaptura, um dos fugitivos alegou ter sido vítima de violência. O juiz esclareceu que “um deles afirmou que houve violência, porém, é necessário considerar o contexto da captura, o que será definido posteriormente após uma investigação”.
Os fugitivos retornaram à penitenciária de Mossoró durante a madrugada desta sexta-feira (5). A segurança da unidade foi reforçada, a direção foi substituída, e os detentos foram alojados em celas individuais, sob constante vigilância, de acordo com o Ministério da Justiça.
Após uma busca que se estendeu por 51 dias, os fugitivos foram recapturados na tarde de quinta-feira (4), durante uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Rogério e Deibson escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró em 14 de fevereiro, uma Quarta-Feira de Cinzas. Originários do Acre e membros do Comando Vermelho, os dois presos estavam na unidade desde setembro de 2023.
A fuga dos detentos representou o primeiro incidente desse tipo na história do sistema penitenciário federal, que inclui ainda as penitenciárias de Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Para escapar, os detentos abriram uma passagem atrás de uma luminária na prisão e cortaram duas cercas de arame. As investigações indicaram o uso de ferramentas de uma obra em andamento na penitenciária.
Após a fuga, uma força-tarefa formada por autoridades locais e federais foi mobilizada para capturar os fugitivos, incluindo agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar.
Nos primeiros dias de fuga, Rogério e Deibson invadiram residências e fizeram uma família refém. Além disso, suspeita-se que uma facção criminosa tenha auxiliado os fugitivos, pagando R$ 5 mil ao proprietário de uma fazenda que facilitou a fuga.
A dupla conseguiu deixar o Rio Grande do Norte e, em 18 de março, utilizaram um barco pesqueiro para viajar de Icapuí (CE) até a Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará.
Bastidores da Prisão
A TV Globo informou que por volta das 10h da manhã desta quinta-feira, um delegado da PF alertou a PRF em Marabá sobre a passagem dos fugitivos pela cidade de Tailândia (MA), a 300 km de Belém.
A polícia passou a monitorar os criminosos e, ao se aproximarem de Morada Nova, a 25 km de Marabá, os fugitivos foram interceptados, juntamente com quatro homens que os auxiliavam na fuga.
Com o grupo, foram apreendidos um fuzil com dois carregadores, dinheiro e oito celulares. O Ministério da Justiça afirmou que os fugitivos planejavam fugir para o exterior.
De acordo com informações da GloboNews, apenas com as forças federais, a operação de busca consumiu R$ 2,1 milhões dos cofres públicos.
Foto: Divulgação/PRF
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