Especialista alerta para as consequências da baixa cobertura vacinal
Disponibilizada gratuitamente pelo SUS há 10 anos, a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) ainda enfrenta obstáculos de adesão, especialmente no Rio Grande do Norte. De acordo com dados da Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap), nas primeiras duas semanas da campanha vacinal deste ano, o estado atingiu menos de 9% da faixa-etária alvo, crianças entre 9 e 14 anos. Segundo Ana Katherine Gonçalves, ginecologista conselheira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do RN (Sogorn), essa situação se deve, principalmente, ao preconceito atrelado à desinformação e às barreiras socioeconômicas.
“A baixa adesão da população preocupa porque a vacina contra o HPV, vírus sexualmente transmissível, é capaz de prevenir mais de cinco tipos de câncer, incluindo o câncer de colo de útero. Dentre os principais fatores que explicam a resistência da população em se vacinar estão as barreiras socioeconômicas, o preconceito e a falta de acesso às informações checadas”, ressalta a especialista.
Atreladas aos fatores mencionados estão as campanhas de desinformação direcionadas à população. “Algumas pessoas têm receio da imunização devido às fake news veiculadas para o público. Entre elas está a suposta relação do imunizante com a infertilidade, paralisias e doenças neurológicas. No entanto, pesquisas científicas e revisões do Grupo Assessor Global para a Segurança das Vacinas da OMS comprovam a segurança da mesma”, assegura Robinson Dias, presidente da Sogorn.
“Ainda existem muitos obstáculos, mas é nosso dever ultrapassá-los ao disseminar informações relevantes a respeito e, consequentemente, ampliar o acesso das pessoas às políticas públicas de saúde, responsáveis por garantir o acesso gratuito do público-alvo às vacinas e ao tratamento adequado para as mulheres que já estão em contato com o vírus”, esclarece o ginecologista.
Entenda o HPV
O Papilomavírus Humano (HPV) é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), em alguns casos, pode apresentar verrugas espalhadas pelo corpo, especialmente na mucosa. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o vírus está associado a quase 90% dos casos de câncer de colo de útero, o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil. O diagnóstico pode ser realizado por meio de exames urológicos ou ginecológicos, seguido da prescrição de tratamento adequado para cada caso. Para se vacinar, os usuários do SUS podem procurar uma das Unidades Básicas de Saúde, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e de 13h às 15h, levando documento de identificação e cartão de vacina.
Foto: Freepik
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