Apesar de inelegível e sob investigação, Bolsonaro mantém força política em um cenário polarizado; governo Lula enfrenta aumento de desaprovação
A mais recente pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta quarta-feira (27.nov.2024), revelou um cenário de intensa polarização para as eleições presidenciais de 2026, colocando Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um empate técnico. Bolsonaro, mesmo inelegível devido a decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e implicado em investigações sobre sua suposta participação em uma tentativa de golpe em 2022, aparece com 37,6% das intenções de voto. Lula, por sua vez, obtém 33,6%. A margem de erro de 2,2 pontos percentuais indica que ambos estão tecnicamente empatados.
Contexto político e jurídico de Bolsonaro
Jair Bolsonaro enfrenta uma situação jurídica complicada, com investigações conduzidas pela Polícia Federal que o colocam no centro de um esquema para reverter o resultado das eleições de 2022. Apesar disso, ele continua sendo um nome de destaque no cenário político. Pesquisadores apontam que sua base eleitoral se mantém fiel, em grande parte, devido à percepção de perseguição política e à desconfiança em relação ao governo Lula.
No entanto, sua inelegibilidade pode levar a mudanças na liderança da direita brasileira. Nomes como Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, e Michelle Bolsonaro surgem como potenciais substitutos na corrida presidencial, mas nenhum deles alcança o mesmo nível de apoio que Bolsonaro.
Avaliação do governo Lula
A pesquisa também revelou um aumento significativo na desaprovação do governo Lula. Em julho de 2024, 48% dos entrevistados desaprovavam sua gestão; agora, esse número subiu para 51%. A percepção negativa está diretamente ligada à economia: 30,5% dos eleitores afirmaram que sua situação financeira piorou desde que Lula assumiu o poder. Por outro lado, 43,9% disseram que suas condições permaneceram inalteradas.
A análise do desempenho de Lula no governo mostra que a população está dividida: 42,3% classificam a gestão como ruim ou péssima, enquanto 32,6% consideram o governo ótimo ou bom.
Outros cenários testados
O levantamento também simulou cenários alternativos, incluindo nomes como Simone Tebet (MDB), que recebeu 7,7% das intenções de voto, e Ciro Gomes (PDT), com 7,9%. Em um cenário sem Bolsonaro, Michelle Bolsonaro alcança 27,5% contra 36,8% de Lula, enquanto Tarcísio de Freitas aparece com 24,1%, consolidando-se como uma liderança emergente do bolsonarismo.
A pesquisa entrevistou 2.014 pessoas em todas as regiões do Brasil, com um nível de confiança de 95%.
Fotos: Ricardo Stuckert / PR e Isac Nóbrega/PR
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