Médicos relatam colapso nos hospitais, falta de pagamentos e insumos básicos; interior também sofre com precariedade
O sistema de saúde pública do Rio Grande do Norte enfrenta o que médicos classificam como “o maior colapso da história recente”. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (27.nov.2024), que trouxe à tona uma série de problemas estruturais e financeiros que têm comprometido o atendimento à população.
De acordo com Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed-RN, os atrasos nos pagamentos de honorários, que já somam quatro meses, são apenas a ponta do iceberg. A falta de insumos básicos, como medicamentos e materiais hospitalares, está colocando em risco a vida de pacientes e sobrecarregando os profissionais de saúde.
Situação do Hospital Walfredo Gurgel
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior referência de urgências e emergências no estado, é um exemplo do caos generalizado. Relatos indicam falta de anestésicos e de infraestrutura adequada para procedimentos cirúrgicos, com setores essenciais à beira da paralisação. Durante a coletiva, médicos relataram casos de pacientes que aguardam por cirurgias em macas nos corredores por mais de 72 horas.
Impacto no interior
A crise também afeta gravemente os hospitais do interior. Em Mossoró, segundo maior município do estado, UTIs operam acima da capacidade e enfrentam falta de profissionais devido aos atrasos salariais. “A saúde no interior está completamente abandonada”, afirmou Francisco das Chagas, vice-presidente do Sinmed.
Mobilização e próximas ações
Diante da inércia do governo estadual, o sindicato anunciou que está em articulação com outras categorias da saúde para uma possível greve geral em dezembro. “Nossa prioridade é garantir condições mínimas de trabalho e atendimento”, destacou Geraldo Ferreira.
Foto: Arquivo/Reprodução
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