Profissionais da UTI exigem pagamento até 25 de março; caso contrário, atendimentos podem ser suspensos
Os médicos que atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Walfredo Gurgel, maior hospital de traumas do Rio Grande do Norte, estão há seis meses sem receber seus salários. Nesta terça-feira (18), os profissionais se reuniram em assembleia com o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN) e decidiram que, caso os pagamentos atrasados não sejam efetuados até o dia 25 de março, os atendimentos na UTI poderão ser paralisados.

Os médicos são contratados por meio da empresa Serviço de Assistência Médica e Ambulatorial (SAMA), que não recebe repasses financeiros do estado desde outubro de 2023. De acordo com o presidente do Sinmed/RN, Geraldo Ferreira, um acordo pré-processual foi firmado em audiência de conciliação na Justiça Federal, com a participação do sindicato, do Conselho Regional de Medicina do RN (CREMERN), da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) e da SAMA. O acordo estabelecia que os atrasos salariais não poderiam ultrapassar três meses.
Diante do descumprimento do acordo, os médicos decidiram, em assembleia, apresentar um prazo final para o pagamento dos salários referentes aos meses de outubro e novembro de 2024. O pagamento deve ser efetuado até o dia 25 de março, às 16h. Caso o estado não cumpra com o pagamento, uma nova assembleia será realizada no mesmo dia para decidir sobre uma possível paralisação dos atendimentos a partir do dia 26 de março.

Além do Hospital Walfredo Gurgel, outras unidades de saúde também podem ser afetadas pela paralisação. Entre elas, estão os hospitais da Polícia, Santa Catarina, Giselda Trigueiro e Deoclécio Marques. No total, nove UTIs podem ter os atendimentos suspensos caso o repasse financeiro não seja realizado até o prazo estipulado.
A situação tem gerado preocupação entre os profissionais de saúde e a população, já que o Hospital Walfredo Gurgel é referência no atendimento de traumas e emergências no estado. A possível paralisação pode impactar diretamente a qualidade e a agilidade dos atendimentos, colocando vidas em risco.
O Sinmed/RN reforça que a medida é extrema e visa pressionar o governo estadual a cumprir com suas obrigações financeiras. A entidade também alerta para o desgaste físico e emocional dos médicos, que enfrentam jornadas exaustivas sem receber seus salários há meses.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) ainda não se pronunciou sobre o assunto. Enquanto isso, os médicos aguardam o cumprimento do prazo estabelecido para evitar a paralisação dos serviços.
Foto: Marcello Casal Jr./ABr/Ilustração
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