Ação conjunta das Polícias Civis do RN e de MG investiga transmissão de crimes em plataformas digitais; caso envolve adolescentes de 15 e 16 anos
Uma operação conjunta entre as Polícias Civis do Rio Grande do Norte e de Minas Gerais, denominada Operação Garmr, resultou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão na cidade de Assu, na região Oeste do RN, e na apreensão de dois adolescentes nos municípios de Belo Horizonte e Ponte Nova, em Minas Gerais. A ação ocorreu na manhã desta quarta-feira (16.abr.2025) e teve como alvo crimes praticados no ambiente digital, como tortura de animais, automutilação e discurso de ódio.
Os adolescentes apreendidos têm 15 e 16 anos e são investigados por promoverem transmissões ao vivo com conteúdos considerados de extrema violência, incluindo agressões físicas, atos de automutilação e maus-tratos contra crianças e animais. De acordo com as investigações, os jovens integravam um grupo virtual onde esses atos eram incentivados e exibidos publicamente.

A operação contou com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), ambos vinculados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Conteúdo era transmitido em tempo real
As autoridades identificaram que os suspeitos administravam servidores virtuais utilizados para transmissões ao vivo. Durante as lives, os crimes eram cometidos em tempo real, com participação ativa de outros usuários. Em uma das transmissões investigadas, uma adolescente de 15 anos teria torturado o afilhado de 5 anos enquanto seguia comandos dos adolescentes apreendidos.
Segundo o diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp, Rodney da Silva, a ação foi planejada para desarticular práticas criminosas graves praticadas por jovens em plataformas digitais.
“A violência e os atos de extrema gravidade identificados não podem ser normalizados. A atuação coordenada entre o Ciberlab e as Polícias Civis dos estados foi fundamental para rastrear, localizar e interromper práticas que representam sérios riscos à segurança e à saúde mental de toda a sociedade”, afirmou.
Operação Garmr investiga crimes cibernéticos
A Operação Garmr tem como foco a repressão de crimes cibernéticos envolvendo adolescentes, com ênfase na disseminação de conteúdo violento e ilegal nas redes. A ação recebeu esse nome em referência ao cão guardião do submundo na mitologia nórdica, simbolizando a vigilância e o combate ao que acontece “nos subterrâneos” da internet.
As diligências seguem em andamento, e novas informações podem surgir à medida que o material apreendido seja analisado. As polícias não divulgaram detalhes sobre os equipamentos recolhidos.
Até o momento da publicação desta reportagem, os adolescentes e seus responsáveis não haviam se manifestado. O canal de comunicação com a imprensa segue aberto.
Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Reprodução
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