As contas reprovadas de um governo reprovado

As contas reprovadas de um governo reprovado

Editorial POR DENTRO DO RN

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN) caminha para a reprovação das contas do exercício de 2019 da governadora Fátima Bezerra (PT), apontando irregularidades fiscais e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Este parecer negativo não é um fato isolado, mas sim um reflexo de uma gestão marcada por crises em diversas áreas essenciais – ainda que se trate de contas do primeiro mandato de Fátima, quando, posteriormente, ela ainda conseguiu ser reeleita no primeiro turno no pleito seguinte.

Os problemas se acumulam. Em um resumo muito raso, por assim dizer, e voltado para questões mais recentes, destacamos que na saúde, a população enfrenta a precariedade dos serviços, com hospitais superlotados e falta de insumos básicos. A segurança pública, por mais que tenha melhores índices, é certo dizer que também está em colapso, com episódios de violência recorrentes e uma grave crise que caminha para se aprimorar no setor penitenciário.

Na educação, setor que projetou Fátima para a vida pública, a situação não é diferente. Em 2025, os professores da rede estadual deflagraram uma greve que durou 34 dias, reivindicando o reajuste do piso salarial e o pagamento de retroativos de 2023 e 2024. Após intensas negociações, o governo propôs um reajuste de 6,27%, parcelado em duas etapas: 5% em abril e 1,27% em junho. Os retroativos, no entanto, ficaram para ser discutidos em novembro, levando em consideração a situação financeira do Estado.

Em meio a um cenário de dificuldades em áreas essenciais, a luta do Governo Fátima foi pelo aumento de impostos. A decisão de aumentar a alíquota do ICMS de 18% para 20% gerou descontentamento entre os contribuintes e setores produtivos, que enfrentam uma carga tributária mais pesada em um cenário econômico já desafiador.

Agora, com uma taxa de rejeição que ultrapassa 50%, a governadora Fátima enfrenta não apenas a desaprovação de suas contas, mas também o desafio de reconquistar a confiança da população e de preparar um sucessor viável para as próximas eleições, quando tentará voltar ao Senado. A governadora já apela para Lula, afirmando ser desejo do presidente que ela volte a ser senadora. Só o índice de desaprovação dela, já indica que o desejo de que Fátima seja de novo senadora pode ser só de Lula – e mais alguns poucos.

Há, porém, outro fator muito importante que precisa ser considerado pela governadora: a reprovação das contas. O fato serve como um alerta para a necessidade de ajustes profundos na gestão estadual, visando atender às demandas da sociedade potiguar e restaurar a credibilidade do governo.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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