Ministra diz que aprovação de 40% é suficiente para reverter cenário e projeta melhora até 2026
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que as recentes crises envolvendo o Pix e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atrapalharam o esforço do governo federal para recuperar a imagem do presidente Lula junto à população. A declaração foi feita em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada neste fim de semana.
Segundo Gleisi, mesmo com medidas positivas adotadas pelo governo, os efeitos dessas ações são ofuscados pela repercussão das dificuldades enfrentadas por cidadãos nas duas áreas. Ela citou a gestão de crises como fator limitante da comunicação institucional.
Aprovação de 40% e perspectiva para 2026
A ministra, que também é presidente nacional do PT, avaliou que o atual índice de aprovação do governo, em torno de 40%, é suficiente para disputar a próxima eleição presidencial. “É uma condição suficiente para uma boa disputa eleitoral. Tenho certeza que o governo vai melhorar. É mostrando o que está acontecendo para a população, os feitos do governo. Temos tempo para isso”, declarou.
Base aliada instável e articulação com o Congresso
Gleisi também reconheceu as dificuldades enfrentadas pelo governo no Congresso Nacional, onde a base aliada é formada por partidos que nem sempre votam com o Executivo. Segundo ela, isso já era previsto desde a campanha eleitoral, quando a coligação foi composta por setores de diferentes partidos.

“Fizemos uma aliança ampla com setores de partidos que não vieram inteiros conosco. O MDB veio uma parte, tinha candidatura da Simone [Tebet]; PSD veio uma parte; PP veio uma parte. Não adianta querer que agora venham 100% [dos votos]”, afirmou.
A ministra elogiou a relação com os presidentes das comissões orçamentárias e de articulação política, destacando Hugo Motta (MDB-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), com quem mantém diálogo frequente. Gleisi disse que a articulação é baseada no “compartilhamento de responsabilidades institucionais”.
Relação com partidos e desafios internos
A entrevista também abordou os desafios enfrentados na manutenção da coalizão governista. Gleisi citou que parte dos partidos que hoje integram a base deverá estar no campo adversário em 2026, o que impõe obstáculos à fidelidade nas votações.
Ela defendeu que o governo continue apostando na divulgação de realizações e políticas públicas, buscando superar os desgastes causados por questões pontuais, como as filas do INSS e os problemas no sistema do Pix, que geraram críticas nos últimos meses.

A ministra evitou projetar nomes para 2026, mas reafirmou confiança na estratégia de reconstrução da imagem do governo por meio da comunicação direta com a população.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Jose Cruz/Agência Brasil
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