Por Danilo Bezerra – dnlbzrr@gmail.com
Interface
Quando Disney e Universal processam uma empresa de IA por “plágio em escala industrial”, a notícia vai além do entretenimento: ela nos obriga a encarar o impacto da inteligência artificial sobre os pilares da criação humana — e, especialmente, sobre os direitos autorais.
A ação movida contra a startup Midjourney é só mais um capítulo de uma série de embates jurídicos envolvendo IA generativa e uso não autorizado de obras protegidas. A polêmica não se limita ao cinema: roteiristas, jornalistas e artistas gráficos vêm denunciando práticas semelhantes — do escaneamento de rostos sem consentimento ao uso de seus textos e estilos para treinar sistemas que depois retornam conteúdos “inspirados”, mas sem crédito ou remuneração.
O uso de grandes volumes de dados para treinar IAs é essencial. Mas como garantir que isso aconteça de forma ética, sem desvalorizar a criatividade original? O caso reforça a urgência de estabelecer marcos regulatórios claros, que protejam tanto a inovação quanto os direitos fundamentais dos criadores.
Precisamos de um debate público mais amplo sobre o uso responsável da IA. Sem regras e transparência, arriscamos minar o que sustenta o jornalismo independente, a arte e a cultura: o direito de autoria e a justa remuneração por ideias e histórias que moldam nossa sociedade.
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Sobre Danilo Bezerra, colunista do Por Dentro do RN
Interface é a coluna onde tecnologia, aviação, sociedade e educação se cruzam. Um espaço para refletir sobre como a inteligência artificial transforma nossas rotas, como as inovações decolam (ou colapsam) no setor público e privado, e como tudo isso impacta a forma como aprendemos, nos movemos e nos conectamos. Aqui, análise crítica e informação qualificada ganham altitude.







