Cirurgia de reconstrução facial de Juliana Soares é concluída com sucesso, mas sequelas permanentes são esperadas

Cirurgia de reconstrução facial de Juliana Soares é concluída com sucesso, mas sequelas permanentes são esperadas

Após sofrer tentativa de feminicídio com ao menos 60 socos no rosto, paciente passa por procedimento complexo de sete horas; recuperação será lenta e exige monitoramento

A cirurgia de reconstrução facial de Juliana Soares, vítima de tentativa de feminicídio no último sábado (26.jul.2025), em Natal, foi realizada com sucesso no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O procedimento ocorreu na sexta-feira (1º.ago) e foi considerado complexo devido à gravidade das fraturas provocadas pela agressão.

Juliana foi agredida com pelo menos 60 socos no rosto dentro de um elevador de um condomínio no bairro de Ponta Negra, na zona Sul da capital potiguar. O agressor, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, foi preso e transferido para a Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato, em Ceará-Mirim, onde está detido em cela coletiva. A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de feminicídio.

De acordo com nota oficial do HUOL, a cirurgia foi conduzida por uma equipe especializada em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e seguiu o planejamento previsto, com o objetivo de restabelecer a funcionalidade e a estética facial da paciente. O procedimento transcorreu dentro dos padrões técnicos e éticos, com atendimento multiprofissional. Juliana permanece internada sob cuidados pós-operatórios e deverá receber alta conforme a evolução clínica.

O cirurgião responsável, Kerlison Paulino de Oliveira, afirmou que a recuperação da paciente será lenta e progressiva, com necessidade de monitoramento constante por pelo menos 30 dias. Segundo o médico, o tipo de trauma sofrido foi incomum pela sua gravidade, o que demandará um tempo maior de reabilitação. “Foi um trauma muito acima do padrão que a gente normalmente recebe. Por isso, acreditamos que a recuperação exigirá mais tempo”, explicou.

O profissional detalhou ainda que Juliana deverá iniciar a recuperação com dieta líquida, passando depois para uma dieta pastosa, como medida necessária para preservar a área reconstruída. A fratura no maxilar era complexa, com mobilidade total do osso, mas a equipe médica conseguiu realizar uma fixação eficaz do lado oposto ao mais afetado, o que poderá contribuir para a estabilização.

A cirurgia durou sete horas — duas a mais do que o planejado inicialmente. Em entrevista coletiva, o cirurgião explicou que a equipe enfrentou dificuldades devido à fragmentação extrema dos ossos faciais. “Em muitos pontos, os fragmentos estavam tão distantes e frágeis que tivemos que usar placas mais rígidas para garantir a fixação”, explicou. Em algumas regiões, os ossos apresentavam aspecto semelhante ao de cascas de ovo, o que exigiu múltiplas reavaliações ao longo do procedimento.

Segundo a equipe médica, Juliana sofreu incontáveis fraturas em diversas regiões do rosto. O cirurgião explicou que a gravidade do caso comprometeu a união perfeita dos ossos em algumas áreas. Diante da complexidade do quadro, há a possibilidade de que a paciente enfrente sequelas permanentes. “Muito provavelmente [ela terá sequelas], sim. Em alguns casos, conseguimos uma união perfeita. Neste, foram muitos fragmentos e isso dificultou bastante”, afirmou Kerlison Paulino.

Durante os próximos dois meses, a paciente será acompanhada de forma intensiva para avaliação de sua evolução clínica e para identificação de eventuais necessidades de novos procedimentos. O acompanhamento incluirá avaliação de sequelas e acompanhamento funcional.

A cirurgia mobilizou uma equipe de 10 profissionais, incluindo anestesistas, residentes e equipe de enfermagem. Apesar das dificuldades, o HUOL reafirmou, em nota, seu compromisso com a assistência qualificada e a promoção dos direitos humanos no Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital também destacou que a atuação seguiu protocolos técnicos e acolhimento humanizado.

Juliana permanece internada, sedada, com previsão de alta em até dois dias, a depender da resposta do organismo ao pós-operatório.

Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN / Divulgação / Breno Esaki/Agência Saúde-DF/Ilustração

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