Dia do Médico Veterinário evidencia luto invisível dos profissionais

Dia do Médico Veterinário evidencia luto invisível dos profissionais

Especialista destaca impacto emocional da profissão e aponta estratégias para preservar a saúde mental dos profissionais

Dia do Médico Veterinário evidencia luto invisível dos profissionais

Celebrado nesta terça-feira (9), o Dia do Médico Veterinário chama atenção para um tema pouco debatido, mas presente no cotidiano da profissão: o luto vivido por quem acompanha de perto a vida de seus pacientes. Segundo a Demografia da Medicina Veterinária do Brasil 2022, mais de 100 mil profissionais atuam em clínicas e centros cirúrgicos, cuidando dos pets desde a primeira vacina até o último suspiro. Durante esse processo, eles compartilham não apenas os cuidados médicos, mas também a dor das despedidas.

Neste ano, a data coincide com o Pet Memorial Day, criado nos Estados Unidos para dar visibilidade ao chamado “luto pet” e reconhecer a dor causada pela perda de animais de estimação, não apenas para os tutores, mas também para os médicos veterinários que acompanham cada fase da vida do animal. 

Com mais de uma década de experiência, o médico veterinário José Nilton, 47 anos, reconhece que as perdas fazem parte da profissão, mas não deixam de ser difíceis. “Cada caso é um caso. Existem mortes súbitas, que pegam todos de surpresa, e doenças longas, que permitem uma preparação psicológica melhor. Em ambas as situações, é sempre um momento delicado. Gosto de criar rituais simbólicos para o tutor, como a escrita de uma cartinha ou o carimbo da patinha”, conta o profissional.

Dentre as situações mais difíceis da profissão, Nilton destaca a perda de pacientes antigos. “Dependendo da afinidade com o pet, nunca é fácil. A mais complicada é ter que realizar a eutanásia em animais que acompanhei desde filhotes, e isso mexe profundamente comigo. Nessas horas, é importante que nós também tenhamos apoio”, completa.

Para a psicóloga Anna Cláudia Abdon, especialista em luto e integrante da equipe do Vila Pet, pioneira na assistência funeral pet no Rio Grande do Norte, é fundamental reconhecer que os médicos também criam laços importantes com os seus pacientes.

“O veterinário cria vínculos, acompanha histórias e, quando perde um paciente, experimenta a dor. É essencial que esses profissionais pratiquem o autocuidado e encontrem espaços de escuta, pois lidam diariamente com situações de morte. A terapia, por exemplo, é uma ferramenta importante para preservar a saúde mental desses profissionais”, explica.

Para melhor lidar com os momentos difíceis, Anna Cláudia sugere práticas de autocuidado como exercícios físicos, meditação, caminhadas ao ar livre e momentos de lazer com familiares e amigos. 

Ela também destaca a importância de buscar apoio profissional, seja por meio de terapia individual ou grupos de escuta, além de reservar tempo para hobbies e atividades que tragam prazer, como leitura, música ou cuidados pessoais. “Essas práticas ajudam a reduzir o estresse acumulado, fortalecem a resiliência emocional e permitem que o veterinário se reconecte com o propósito da profissão”, finaliza.

Foto: Divulgação

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