Nova classificação da pressão arterial alerta para riscos cardiovasculares e reforça mudanças no estilo de vida
Pressão 12 por 8 é pré-hipertensão, segundo nova diretriz médica
A pressão arterial considerada “normal” passou por uma reclassificação. De acordo com nova diretriz elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia e Sociedade Brasileira de Hipertensão, o valor de pressão 12 por 8 (120×80 mmHg) agora é classificado como pré-hipertensão.
A nova classificação divide a pressão arterial em três faixas:
- Normal: menor que 120×80 mmHg
- Pré-hipertensão: entre 120-139 x 80-89 mmHg
- Hipertensão: a partir de 140×90 mmHg
A mudança tem como objetivo ampliar o monitoramento de pessoas com pressão limítrofe, prevenindo o desenvolvimento da hipertensão e suas complicações, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
A fase de pré-hipertensão não exige tratamento medicamentoso. A recomendação médica é baseada em mudanças no estilo de vida, como:
- Redução de peso corporal
- Prática regular de atividade física
- Diminuição do consumo de sal
- Aumento da ingestão de potássio
- Cessação do tabagismo
- Moderação no consumo de álcool
- Controle do estresse
- Sono adequado
A diretriz reforça que a pré-hipertensão não deve ser considerada uma doença, mas sim um sinal de alerta para adoção de hábitos saudáveis. A analogia utilizada pelos especialistas é a do sinal amarelo no trânsito: atenção para evitar que a pressão evolua para níveis hipertensivos.

Outro ponto destacado é a importância de realizar medições fora do ambiente clínico. A pressão aferida em consultórios pode ser influenciada por fatores como estresse ou nervosismo. Por isso, exames como a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) e a MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial) são recomendados para uma avaliação mais precisa.
A nova diretriz também está alinhada com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicam que a cada 90 segundos, uma pessoa morre por doenças do coração. Segundo a OMS, 80% dessas mortes poderiam ser evitadas com prevenção, acompanhamento médico e mudanças simples no estilo de vida.
A hipertensão arterial é apontada como um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. A descompensação da pressão ao longo do tempo pode aumentar o risco de arritmias e outras complicações cardíacas.
O acompanhamento cardiológico continua sendo essencial para a prevenção. Consultas regulares, exames como eletrocardiograma e monitoramento prolongado (como o Holter de 24h) são ferramentas utilizadas para estratificação de risco e diagnóstico precoce.
O tratamento medicamentoso para pacientes na faixa de pré-hipertensão é indicado apenas em casos específicos, como quando há risco cardiovascular elevado. A prioridade é o controle dos fatores de risco por meio de intervenções não farmacológicas.
A nova classificação da pressão arterial busca ampliar a conscientização da população sobre os cuidados com a saúde cardiovascular, promovendo ações preventivas antes que a hipertensão se instale.
Foto: Toninho Tavares/Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília
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