Sesap orienta unidades de saúde sobre intoxicação por metanol e Natal amplia fiscalização em bares e distribuidoras

Sesap orienta unidades de saúde sobre intoxicação por metanol e Natal amplia fiscalização em bares e distribuidoras

Secretaria de Saúde do RN emitiu nota técnica para atendimento e notificação de casos suspeitos, enquanto SMS Natal e Procon iniciam ações preventivas de fiscalização em estabelecimentos

A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) emitiu, nesta quinta-feira (2), uma nota técnica direcionada a municípios e unidades de saúde do estado com orientações sobre identificação, atendimento e notificação de possíveis casos suspeitos ou confirmados de intoxicação por metanol.

De acordo com a pasta, até o momento da emissão da nota não havia registro de casos relacionados à ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas no Rio Grande do Norte. A medida foi tomada após relatos de intoxicação em outras regiões do país, principalmente em São Paulo.

Segundo a Sesap, toda a estrutura de vigilância estadual, incluindo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), permanece em monitoramento constante da situação.

A nota técnica estabelece critérios para definição de casos suspeitos, orienta sobre condutas clínicas e laboratoriais, além da notificação oficial aos órgãos competentes. Entre os sintomas relacionados à intoxicação por metanol estão dor abdominal, alterações visuais, confusão mental, náuseas e vômitos, que podem se manifestar entre 12 e 24 horas após a ingestão da substância.

Os pacientes que apresentarem esses sinais devem procurar atendimento médico imediato em serviços de urgência e emergência. Profissionais de saúde, por sua vez, devem acionar o CIATox de referência e realizar a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Amostras de sangue devem ser enviadas ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep-RN), que funciona 24 horas por dia para análise.

O documento também descreve possíveis complicações, como alterações metabólicas, distúrbios neurológicos, coma e até morte. O tratamento pode incluir uso de etanol intravenoso como antídoto, ácido folínico, benzodiazepínicos em caso de convulsões e hemodiálise em situações graves.

O aumento de ocorrências em São Paulo levou o Ministério da Saúde a classificar a situação como Evento de Saúde Pública. O órgão instalou, na quarta-feira (1º), uma Sala de Situação para monitoramento dos casos em nível nacional.

Fiscalização em Natal: SMS e Procon adotam medidas preventivas

Diante do cenário nacional, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) informou que vai intensificar fiscalizações em bares, restaurantes e casas noturnas da capital potiguar. O Procon Natal também anunciou que vai notificar mais de 100 distribuidoras de bebidas da cidade para reforçar o controle sobre a origem dos produtos comercializados.

Segundo Sônia Fernandes, chefe do setor de Fiscalização de Alimentos e Bebidas da SMS, as ações já ocorrem rotineiramente e incluem atendimento 24 horas para casos de intoxicação alimentar. Com os alertas recentes, a vigilância sanitária passará a priorizar estabelecimentos de maior movimento, especialmente nos fins de semana.

O monitoramento também será ampliado para áreas de turismo da capital. As inspeções verificam boas práticas de manuseio, armazenamento e uso da matéria-prima em alimentos e bebidas.

O Procon Natal, por sua vez, vai atuar de forma preventiva e educativa junto a distribuidores e revendedores, reforçando as orientações da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). De acordo com o agente de fiscalização Carlos Alberto Freire, a medida busca garantir maior atenção sobre a procedência de bebidas destiladas, como whisky, vodka e gin.

Especialistas também reforçam a necessidade de vigilância. O professor e coordenador da Liga Acadêmica de Toxicologia da UFRN, Herbert Sisenando, destacou que a adulteração de bebidas é uma prática ilegal recorrente no Brasil e citou dados da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), que apontam que cerca de 20% das bebidas comercializadas no país são adulteradas.

Segundo ele, os recentes casos concentrados em curto período acenderam o alerta sobre o risco de bebidas adulteradas circularem no mercado formal. Investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de São Paulo buscam apurar se há indícios de produção em grande escala de bebidas falsificadas.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN / Αλέξανδρος Βλάχος/Pexels

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