Mulher de 30 anos morreu após consumir bebida contaminada em São Bernardo; Estado confirmou 15 casos e 200 em investigação
São Paulo registra terceira morte por metanol; governo amplia fiscalização e anuncia antídoto disponível
A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, confirmou a morte de Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, vítima de intoxicação por metanol após consumir vodca adulterada. Segundo o comunicado oficial, a mulher estava internada desde o fim de setembro e permanecia sob cuidados paliativos.
Com a confirmação, o número de vítimas fatais por consumo de bebidas contaminadas com metanol chegou a três no estado de São Paulo.
De acordo com a prefeitura, até esta segunda-feira (6), a Vigilância Epidemiológica municipal havia recebido 78 notificações de casos suspeitos de contaminação. Entre eles, seis óbitos seguem em investigação. Ao todo, 72 pacientes foram atendidos em redes públicas e privadas de São Bernardo, sendo 70 residentes no município.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) informou que 47 casos já foram descartados e 15 confirmados. Entre as vítimas confirmadas estão dois homens, de 46 e 54 anos, moradores da capital paulista. Outros 164 casos ainda estão sob investigação, incluindo os de São Bernardo.
O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que o Brasil registra 17 casos confirmados de intoxicação por metanol, sendo 15 em São Paulo, além de 200 em investigação em todo o país.
Fiscalização e medidas do governo estadual
Durante coletiva de imprensa realizada também nesta segunda-feira (6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o problema da contaminação tem atingido inclusive bebidas destiladas de marcas conhecidas, como uísques importados. Segundo ele, os criminosos visam produtos de maior valor comercial, que garantem mais lucro no mercado ilegal.

Tarcísio relatou que o governo estadual vem mantendo diálogo com fabricantes de bebidas e anunciou reforço nas fiscalizações em distribuidoras, bares e mercados. De acordo com o governador, a Polícia Civil identificou a presença de metanol em bebidas apreendidas em duas distribuidoras do estado, que estão entre os 11 estabelecimentos interditados sob suspeita de comercializar produtos adulterados.
Ao todo, 20 pessoas foram presas nesta semana por suspeita de envolvimento na manipulação e venda de bebidas com metanol. As investigações apontam que os suspeitos não fazem parte de uma mesma quadrilha, mas atuavam de forma independente em diferentes regiões do estado.
Tarcísio também informou que o governo estadual adquiriu 2,5 mil ampolas do antídoto usado no tratamento contra intoxicação por metanol, que já estão disponíveis nas unidades de saúde. Além disso, o governador anunciou a criação de um programa de certificação de qualidade para o comércio de bebidas, com a distribuição de selos de segurança para identificar produtos regulares e evitar novas contaminações.
Orientações médicas e sintomas
A intoxicação por metanol é considerada uma emergência médica grave. A substância é metabolizada no organismo em formaldeído e ácido fórmico, compostos tóxicos que podem causar cegueira e morte.
Os principais sintomas incluem visão turva ou perda de visão, náuseas, vômitos, dores abdominais e mal-estar generalizado.
Em caso de suspeita, as autoridades orientam procurar atendimento médico imediato e contatar os serviços de emergência:
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800 771 3733
- CIATox municipal, conforme disponibilidade local
A orientação é que pessoas que tenham consumido bebidas suspeitas sejam avaliadas por profissionais de saúde o mais rápido possível.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Arthur Pacheco /Governo do Estado de SP
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