Cessar-fogo em Gaza permite retorno de mais de 500 mil pessoas ao norte do enclave

Cessar-fogo em Gaza permite retorno de mais de 500 mil pessoas ao norte do enclave

Enquanto Israel prepara troca de reféns com o Hamas, movimento islâmico rejeita proposta de desarmamento prevista em plano de paz apoiado pelos EUA

Cessar-fogo em Gaza e negociações de paz

Mais de 500 mil pessoas retornaram ao norte da Faixa de Gaza desde o início da primeira fase do cessar-fogo, implementado na sexta-feira (10). A informação foi confirmada pela Defesa Civil palestiniana, que destacou o movimento de regresso da população após meses de confrontos.

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi estabelecido como parte de um acordo mediado por países árabes e com apoio internacional. O entendimento prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, além da suspensão temporária das operações militares na região.

Em Israel, a libertação dos reféns do Hamas é aguardada com expectativa. Segundo a Administração de Prisões Israelitas, os prisioneiros palestinos que participarão da troca foram concentrados em duas unidades prisionais específicas para agilizar o processo.

Manifestações em Londres por paz duradoura

Em Londres, dezenas de milhares de pessoas participaram neste sábado (11) de uma manifestação pela paz em Gaza, exigindo o fim definitivo dos confrontos. A mobilização, previamente agendada, coincidiu com o início da trégua.

As ruas da capital britânica foram tomadas por manifestantes que pediram uma solução diplomática permanente para o conflito e maior envolvimento das potências internacionais na reconstrução do território palestino.

Hamas mantém rejeição ao desarmamento

Mesmo com a trégua em vigor, o Hamas reafirmou que o desarmamento do grupo não está em negociação. Um porta-voz do movimento declarou à agência France Press que “a proposta de entrega de armas está fora de questão e não é negociável”.

A posição do grupo vai de encontro ao plano de paz proposto pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, que incluiu o desarmamento do Hamas como uma das condições para encerrar o conflito, que já dura dois anos no enclave.

De acordo com o Hamas, a decisão de manter as armas é baseada no direito dos palestinos à autodefesa.

Israel alerta que pode retomar combates

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Effie Defrin, afirmou que o exército está “preparado para retomar as operações” caso o Hamas mantenha controle militar sobre Gaza após o fim do cessar-fogo. O oficial ressaltou que, embora as tropas estejam recuando conforme o acordo, as forças permanecem em prontidão.

O receio de uma nova escalada militar é compartilhado por analistas internacionais, que apontam o risco de instabilidade interna na Faixa de Gaza, caso o Hamas não aceite a transição proposta no plano de paz.

Plano de paz prevê governo de transição em Gaza, mas grupos palestinos rejeitam tutela estrangeira

O plano de paz proposto pelos Estados Unidos e apoiado por países árabes e muçulmanos da região estabelece que a Faixa de Gaza seja administrada por um governo de transição, até que a Autoridade Palestiniana conclua reformas internas e reassuma o controle do território.

No entanto, em declaração conjunta divulgada na sexta-feira (10), o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina rejeitaram qualquer tipo de “tutela estrangeira” sobre Gaza.

Os grupos afirmaram que a governação de Gaza é uma questão exclusivamente palestina, embora tenham manifestado abertura para a participação internacional na reconstrução do enclave.

Nos últimos dias, confrontos internos foram registrados entre o Hamas e o clã al-Mujaida, uma das maiores famílias do sul da Faixa de Gaza. O episódio, ocorrido em Khan Younis no início de outubro, envolveu intervenção de tropas israelenses e aumentou o temor de que a ausência de uma autoridade central unificada gere novo ciclo de violência.

O resultado das negociações sobre o desarmamento e o futuro político de Gaza deve definir os próximos passos do processo de paz e da estabilidade na região.

Fotos: IRNA/Fotos Públicas

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